terça-feira, 11 de agosto de 2009

8º Isso foi apenas o Começo.



-Então como vamos sair? – Marcelo agora estava em pé indo ate a janela que estava fechada pelas cortinas.
-Eu tenho uma idéia, mas não sei se vai dar certo – Era a única coisa em mente que eu tinha.
-Estamos ouvindo... - diz Charlene.

Sentamos os Quatro no sofá da sala, começo a falar da minha idéia que tive para sair dessa escola, não é apenas uma idéia e sim um plano de fuga também não posso esquecer de que essas criaturas não podem sair daqui.

-É o seguinte, quando eu estava indo atrás dos guris, eu estava no corredor do pátio, perto do refeitório havia um bueiro em frente a o refeitório, se nos conseguíssemos chegar ate ele seguiríamos o caminho pelo esgoto ate a cidade sem fazer com que eles saiam da escola. – Derrepente parecia que eu estava falando sozinho, Cha e Marcelo ficaram mudos, mas logo ela rompe esse silencio.
-Me deixa ver se entendi você quer que agente chegue ate esse bueiro atravessando o pátio da escola no meio de uma legião de canibais que quer nossas cabeças para tentar chegar ate a passagem de esgoto e seguir por ela ate a cidade? – Charlene não parecia acreditar que isso daria certo.
-Sim – Respondo calmamente.
-O esgoto? – Pergunta ela novamente.
-É Cha qual o problema? – Agora eu estava pensando em todos os motivos para não tentarmos.
-Você piro? Nem sabemos se conseguiríamos chegar ate a cidade – Cha não era a pessimista dali e sim estava sendo realista mais que qualquer um de nós três.
-A qual é cha é o nosso único caminho que temos agora, não tem como nos sairmos pelo portão de entrada por que eles nos seguiriam e sairiam daqui – Uma coisa que não deveríamos deixar acontecer.
-Ele ta certo agente não pode deixa que eles saiam da escola, eles espalhariam esse vírus essa doença para todos na cidade imagina a destruição total – Concorda Marcelo comigo.
-Bom vocês tem razão enquanto a isso mas... – Antes que ela fala-se algo mais eu a interrompo.
-Então ta, vamos sair pelo esgoto - Continuo
-Como vamos chegar ate ele?Não sei se você percebeu Edward, mas temos um grande problema lá fora – Cha não conseguia parar de pensar que morreríamos se sairmos daqui.
-Marcelo como você esta melhor do que eu pra correr você vai tentar distrair eles, enquanto isso nos vamos direto pro refeitório pra tentar abrir o bueiro, quando agente já estiver entrando você corre para ir conosco – Não era o melhor plano que tínhamos, mas era a única coisa que poderíamos fazer.
-Entendi – Concorda ele sem ao menos olhar.
-Vamos encontrar alguma coisa que ajude a abrir o bueiro para passarmos – Sair daqui só com um plano não iria funcionar, teríamos que ter ao menos algo que servi-se como arma também.

Começamos a vasculhar toda secretaria em busca dos objetos necessários para nossa fuga, Eu e Emily fomos para sala onde guardavam os materiais de Educação Física, encontro duas cordas e uma lanterna, vou ate o armário e pego uma mochila que tinha ali.
Voltando a sala da secretaria cada um coloca na mesa tudo o que encontraram.

-Eu fui ate a sala onde eles guardavam um kit de primeiros socorros e peguei o necessário como faixas, ataduras, metiolate, linhas essas coisas – Diz Cha, ela sempre foi boa nisso, fazer curativos, tudo o que tem a ver com primeiros socorros.
-Eu fui à sala onde eles guardavam os matérias de conserto das classes, mesas, cadeira essas coisas, daí eu peguei esse martelo e achei um pé de cabra- Diz Marcelo deixando tudo em cima da mesa.
-Ótimo, eu e Emily conseguimos uma corda e mais uma mochila e essa lanterna, acho q isso vai ajuda.

Então começamos a nos organizar colocando as comidas que ainda restavam dentro da minha mochila e na outra os matérias de primeiros socorros.
Devoramos alguns biscoitos que ainda restavam e tomamos o resto do café. Preparamos-nos para sair, por distração olho para cima e vejo uma abertura no teto para o forro da secretaria, talvez se eu consegui-se subir ali, poderia ver como esta à situação lá fora.


-O que esta fazendo Edward? – Pergunta Cha me olhando com um biscoito de chocolate na boca.

-Vou tentar ir ate o telhado para ver se o caminho esta livre para irmos – Respondo arrastando uma mesa para baixo do pequeno alçapão que havia no teto.

Empurro a mesa e coloco mais uma cadeira em cima para alcançar o teto. Abro lentamente o alçapão, com a cabeça dentro do forro, vejo apenas raios do sol entrando pelas fissuras que havia no teto. Caminhando agora lentamente com o Maximo cuidado para não quebrar as madeiras vejo uma luz passando por um pequeno buraco, com o martelo que Marcelo pegou bato com força faço uma pequena abertura para sair.

Em pé em cima do telhado vou agachado para ver se havia muitos por perto do refeitório, mas eu estava enganado. Havia uns dez pelo que eu pude contar, não estava parecendo nada fácil chegar ate lá. Resolvo voltar e entrar novamente no buraco no telhado por aonde eu vim, mas por um descuido acabo pisando em um pedaço de telha quebrado e escorrego caindo de costas no telhado. Vou deslizando em cima de alguns pedaços de telhas indo ao chão, era morte certa se eu cair ali, não teria para onde correr, eles me cercariam por todos os lados.

Mas por sorte consigo me segurar com a mão em uma telha, os barulhos de pedaços de telha caindo no chão eram impossíveis de não ouvir. Com isso podia dar Adeus ao silencio, pois eles já notaram que eu estava ali, por um minuto penso que eles não poderiam subir, mas lembro que as janelas tinham grades que eles poderiam subir e chegar ate o teto. Com toda força tento subir, mas meus dedos estavam escorregando e ficando cortados pelas telhas de cor cinza, vejo um subindo logo abaixo tentando me alcançar.

Ele agarra meu tornozelo e começa a me puxar fortemente, sinto a telha rachando com a força que ele estava fazendo a telha não estava agüentando o meu peso, então ela se parte em pedaços. Vou deslizando novamente para o chão com o menino que estava tentando me puxar, acerto um chute no seu rosto que o faz cair novamente. Continuo a cair, mas no ultimo momento Marcelo consegue me alcançar e me puxa pelo braço. Vejo o suor escorrendo na pele branca feito papel, a expressão de culpa e de sofrimento que ele tinha a pouco já não estava mais ali.

-Eles estão vindo... – Mais deles estavam subindo atrás de mim, mas Marcelo não conseguia ir mais rápido, para ajudá-lo subo com os joelhos e consigo finalmente entrar.


Descemos rapidamente do teto da secretaria, dava para se ouvir o barulho deles correndo por cima do telhado e não tinha como impedir que eles entrem, pois com aquele buraco que fiz no teto, já não podíamos fechá-lo.

-Corram eles vão entrar aqui, vamos embora – Grito dando um pulo de cima da mesa.
-Vem Emily – Grita Cha colocando a Mochila e indo com Emily ate o corredor.

Fecho o alça pão do teto para ganharmos tempo, mas aquilo não vai impedi-los de entrarem por muito tempo. Pego minha mochila rapidamente e corro ate a porta onde estavam Cha e os outros.

-Rápido Edward... - Grita Cha fechando a porta.

Trancamos a porta com o pequeno sofá que havíamos trancado a porta de entrada, alguns segundos ouvimos os barulhos do teto quebrando e eles entrando na sala, não podíamos perder mais tempo, essa era a hora de sair da escola.

-Marcelo não poucos no caminho, e não se distancie muito para você não demorar a entrar no bueiro – Começo a explicar rapidamente o plano de fuga - Cha o refeitório não esta longe se corrermos o mais rápido, podemos chegar numa boa, Emily você vem comigo, sobe nas minhas costas, Marcelo fica com a minha mochila e me da o pé de cabra – A tensão estava me matando, minhas mãos e pernas estavam tremulas de um jeito que eu nunca pensei que ficassem, mas essa era a chance que nós tínhamos de sair.

-Entendi... Mas tenta não demora Edward, se não e não vou conseguir chegar a tempo – Diz Marcelo colocando minha mochila nas costas.
-Eu sei, vou ser o mais rápido que eu puder... – Emily agora estava acavalada em mim, me apertando fortemente, ela era tão leve que não me atrapalharia em nada.
-Toma cuidado Marcelo – Diz Cha.
-Sejam rápidos e não gritem – Por fim abro a porta e começamos a nossa fuga.



Não tinha nenhum na frente havia muitos em cima do telhado querendo entrar, parece que eles sabiam que estávamos aqui e estavam esperando uma chance de entrar, Marcelo caminha lentamente por trás dos primeiros pilares e nos faz sinal com a cabeça para seguirmos em frente.

Marcelo corre na direção do ginásio chutando latões de lixo, vejo que nossa distração estava dando certo, os que não haviam subido no telhado foram atrás dele. O desespero estava começando a tomar conta, mesmo sabendo que com o caminho livre poderíamos conseguir a única pergunta que estava em minha mente Era_será que vamos conseguir?_ na direção do refeitório ninguém a vista.

-Essa é nossa chance, Emily quando eu gritar você pula e vai pra perto da Cha entendeu? Vamos... – Agora era nossa vez de corrermos um pouco, eu podia ouvir os gritos do Marcelo dizendo: Aqui, venham me pegar seus desgraçados. Espero que ele consiga voltar a tempo.

Chegando ao bueiro do refeitório, o cheiro de comida estragada era insuportável, mas era o nosso único caminho. Emily pula das minhas costas e corre para perto de Cha, coloco o pé de cabra na tampa e começo a empurrar para frente, mas era muito pesado

Para a minha surpresa dois estavam vindo por trás do refeitório. Quando o primeiro se aproximou, eu só virei o braço com força e acerto com a ponta do pé de cabra na cabeça dele que o faz cair no chão inconsciente do meu lado, o segundo que vinha atrás dele, eu desvio pelo lado e o empurro contra o pilar que estava do lado de Charlene, ele se bate com o rosto nele. Quando ele vira novamente eu perfuro seu olho com o pé de cabra e o empurro para o lado.

-Tudo bem? – Pergunto com a cabeça baixa e as mãos nos joelhos.
-Tudo bem Edward – Cha estava aparentemente tranqüila ao ver aquilo, já Emily estava muito assustada segurada na sintura de Cha.
-Cha rápido... Ajuda-me aqui – Meu fôlego estava voltando pouco a pouco.

Empurramos a tampa do bueiro enferrujada e suja de sangue, era muito pesada, Emily grita apontando com o dedo para o meu lado esquerdo. Nós já estávamos quase na metade, mas tive que soltar a tampa para me defender, mas ele foi mais rápido do que eu pensei, atirando-se em cima de mim ele tenta me morder.
Eu o afastava com o braço em seu ombro, viro o rosto para ficar distante de seus dentes amarelados e sujos, mas sua força era incrível, sua pele estava quente de mais, parecia estar ardendo em febre. Cha percebe que deveria soltar a tampa para me ajudar, eu não daria conta desse também, então ela pega o pé de cabra no chão e fica atrás de seu pescoço, o pé de cabra atravessa seu pescoço e a ponta afiada para perto do meu pescoço também. Sinto o sangue se espalhando por minha camiseta suada e úmida. Empurro-o para o lado e com a ajuda de Cha eu levanto ficando em pé a sua frente.

-Obrigado – A imagem de Cha matando um aluno para me salvar, vai fica na mente por muito tempo, acho que para sempre.
-Não por isso... – Diz ela dando um sorriso torto arrumando a mecha de cabelo escuro atrás da orelha.

Terminamos de abrir o bueiro, com a tampa aberta começamos a descer e Cha foi à primeira descer seguida por Emily. Ouço a voz de Marcelo gritando longe, o vejo correndo com muitos atrás dele. Eles estavam a pouca distancia dele, se ele não conseguir entrar agora não termos outra chance e eles poderiam entrar junto.

-Vamos Marcelo você consegue – Eu estava só esperando que ele chega-se para fechar a tampa, pois por dentro era mais fácil.

Marcelo rapidamente pula diretamente para dentro, vejo que ele cai sentado, mas logo levanta lentamente gemendo por ter batido as pernas fortemente. Começo a descer rapidamente, paro no meio da escada e tento fechar a tampa mas não consigo por ser muito pesada acabo deixando-a pela metade, talvez eles não consigam entrar. Eles não conseguiriam nos seguir.

-Vamos... Vamos embora – Pulo da escada e começo a correr levando Marcelo com o braço em meu ombro.

Quando descemos corremos e corremos sem olhar para trás, o cheiro era horrível, a umidade do ar era desagradável, não dava para respira direito isso seria um problema para Emily se ficarmos muito tempo, mas agora ela tem a bombinha isso ajudaria um pouco. Parece que o plano de fuga deu certo e já estávamos fora daquela escola maldita, agora era só seguir e chegar ate a cidade e pedir ajuda.

-Edward... Vamos descansar - diz Cha já esgotada.
-Vamos – Respondo parando devagar.
Sentamos contra a parede suja e úmida, nossas respirações era ouvida por todo esgoto junto com o barulho das gotas de água que saia do teto. Agora estávamos seguros, era só explicar para a policia o que estava acontecendo lá, se eles saíssem da escola a cidade inteira estaria em perigo.

-Conseguimos – Digo repondo o fôlego.
-É, mas ainda temos que seguir, ainda não estamos na cidade – Diz Cha lembrando que ainda não estávamos seguros.
-Sim estamos no lugar mais sujo dela – Tento romper a tensão que estava entre nós.
-Não devemos estar muito longe de uma saída que nos leve a superfície – Diz Marcelo limpando o suor de seu rosto com a camiseta azul escuro suja de sangue.
-Tem razão... Vamos embora – Cha foi a primeira a levantar, seguida por Marcelo e depois Emily e por fim eu.
-Ta tudo bem Emily? Não esta cansada? – Pergunto colocando a mão na cabeça de Emily enquanto caminhávamos.
-Não tudo bem – Emily estava começando a se acostumar com agente, embora estivesse muito assustada, senti que eu conseguia transmitir a ela segurança e confiança, o que era muito bom.

Caminhando contra as paredes do esgoto evitando a água suja em nossos pés, tínhamos uma visão assustadora, os medos que algum deles apareça em cada encruzilhada que passava para nos atacar, todos caminhavam juntos, Emily estava bem atrás de mim segurando com a ponta dos dedos minha camiseta suja, atrás dela vinha Cha e Marcelo que cuidava nossa traseira.

-Esperem... – Minha voz embora sendo baixa, ecoou em uma boa parte do esgoto – Estão ouvindo isso? – Barulhos estavam em todo esgoto, parecia que vinha das paredes, mas não pude deixar de notar que estava vindo atrás de nós.
-Barulho? – Cha deu de ombros, o que ela queria mesmo era sair dali de uma vez.
-Esta ficando cada vez mais alto, vocês não estão ouvindo? – Agora não teria como eles não ouvirem, estava ficando cada vez mais alto, parecia som de pés batendo fortemente no chão.
-Agora eu ouvi... Pode ser da superfície – Por mais que eu estivesse certo, eles não estavam preocupados como eu estava o famoso arrepio na espinha estava em mim, o que me deixava ainda mais inquieto.
-Marcelo pode estar certo, vamos – Cha começara a tentar passar por mim.
-Não espera – Seguro seu braço e a impeço de passar – Escutem com atenção, são passos, muitos passos... Tem algo errado.

Passo por eles e fico de ultimo, vejo que pela pouca claridade que havia ali dentro eu pude ver ao longe todo caminho que percorremos os vultos de pessoas correndo em nossa direção. Não havia duvidas que fossem eles, pelas minhas contas eram um grupo de mais ou menos dez pessoas correndo. Os gritos no esgoto ecoavam que fazia eu pensar que seria nosso fim se não encontrássemos a saída.

-Corram... Eles estão vindo – Pego Emily pelo braço e a coloco nas costas.
-Como vamos achar a saída? – Pergunta Cha correndo ao meu lado.
-A primeira escada que encontramos vamos subir – Diz Marcelo na minha frente.

Estávamos correndo o máximo que podíamos, eu sentia a respiração de Emily se acelera cada vez mais, não podíamos ficar aqui em baixo por mais tempo, estávamos em um escuro total que eles nos encontrariam fácil. Comecei a sentir minhas forças nos braços e nas pernas se esvaindo novamente quando fizemos uma curva para a esquerda, Emily não era pesada, mas eu estava cansado de mais para carregá-la e se ela corre-se não ia nos acompanhar.

-Por aqui, uma escada – Marcelo estava subindo rapidamente por ela.
-Droga ta ficando cada vez mais escuro, onde esta Marcelo? – Gritava Charlene tentando encontrar a escada no meio da escuridão.
-Segam o som da minha voz, venham pelas paredes e rápido – Dava para ouvir o som do ferro que Marcelo batia com os pés.
-Vem Emily, me de sua mão – Emily desce de minhas costas dando sua mão para mim.
-Estão vindo – Grita Emily assustada.

Vejo a horda toda correndo logo atrás de nós deixando meus olhos arregalados e fazendo-me tremer. Agora acho que era tarde de mais avisar a cidade sobre eles, se eles conseguissem sair do esgoto e for para cidade viraria o caos total. Milhares de pessoas morreriam pessoas inocentes, crianças... Isso não poderia acontecer. Por um momento pensei em ficar e tentar enfrentá-los para não os deixar virem, mas seria suicídio.



Começamos a subir, Charlene foi a primeira e Marcelo o segundo e Emily subia logo acima de mim. Um grito abaixo de mim chamou minha atenção, eles estavam começando a subir logo atrás de nós, se demorássemos muito seria nosso fim.

-Emily tenta subir mais rápido, vai para perto da Cha que eu vou tenta atrasar eles... Marcelo rápido – Desço dois degraus esperando que eles chegassem ate mim, quando o primeiro alcançou meu tornozelo, chuto seu rosto inúmeras vezes para fazê-lo cair, suas mãos já não estavam mais agarradas na escada e sim estavam tentando agarrar minha perna.

O primeiro caiu, mas em seguida outro já estava abaixo de mim. Senti sua boca em minha perna quase penetrando seus dentes afiados nela, com a perna direita chuto com o calcanhar seu olho que o empurra de volta. Um chute no seu peito o faz cair novamente, minha respiração estava aumentando cada vez mais, o cheiro do asfalto dava para sentir dali mesmo. Escuto o barulho do tampão do bueiro abrindo, Marcelo, Cha e Emily já estavam na superfície esperando por mim, começo a subir rapidamente para trancar a passagem. O sol estava quase completamente escondido trazendo a noite mais rápida.

Chegando a superfície reparo que estávamos em um beco da cidade, latas e sacos de lixos em toda parte. Logo em baixo eles estavam subindo rapidamente, não perco nenhum minuto e fecho a tampa com a ajuda de Marcelo. Arrasto um latão de lixo quadrado de cor cinza para cima da passagem para que não possa ser aberta por eles.

-Tudo bem? – Pergunto caindo sentado de costas para o latão.
-Sim – Cha estava repondo o fôlego que acabara de perder, estava de costas para uma parede ao lado de Marcelo, com as mãos nos joelhos e de cabeça baixa.
-É tudo – Responde Marcelo com um tom grosso e rude.
-Bom, não quero ser estraga prazeres galera... Mas temos que chegar a uma delegacia mais próxima e pedir ajuda – Minha garganta estava seca, já doía um pouco ao falar, sem contar em minha voz rouca.
-Tudo bem... Vamos, a delegacia fica aqui perto – Diz Cha se desencostando da parede.

Caminhamos lentamente com cansaço em nossas pernas. Quando saímos do beco, para a nossa surpresa olho ao nosso redor, carros batidos em outros carros, postes derrubados em cima de ambulâncias, vidros de lojas quebrados, caminhões em chamas.
Na esquina havia pessoas estripando uma mulher que gritava ao ver sua barriga ser aberta por elas. Pessoas ainda corriam por todo lugar pedindo socorro, sendo perseguida por três e a cada momento ia crescendo o numero deles. Nosso pesadelo estava apenas começando.

-Não... Não pode estar acontecendo – Minha voz sai seca e roca me fazendo estremecer por dentro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário