domingo, 21 de fevereiro de 2010

19º Para Onde Ir?


Nairo sai do outro armário logo atrás da gente, com uma cara de medo.

-Cara o que você...como foi parar ai, pensei que estivesse ali.
-Eu deixei o telefone ali, para ele pensar que eu atava ali entendeu? Viu não sou tão burro!
-É ele penso bem Edward...-Diz Be colocando o machado no ombro.
-E quem é ele Edward?
-Nairo esse aqui é meu amigo Be, eu consegui encontrar ele ainda vivo na casa dele.
-E ai...beleza – os dois se cumprimentam.
-E ai pra onde vamos? – pergunta Nairo.
-Vamos voltar para a casa da Cha!
-Tomara que você já tenha uma idéia de como chegar ate lah! – diz Be cruzando os braços e olhando diretamente pra mim.

Na situação em que estávamos pensar em um bom plano era meio difícil, eu já não tinha idéias que nos ajudá-se a sair em segurança dali. Mesmo assim, pensar em qualquer coisa só para sairmos e logo ser morto lá fora por eles, é melhor ficar aqui dentro.

-Bom ainda não pensei em nada, seria melhor se agente pensa-se juntos, afinal três mentes pensam melhor que uma.
-Concordo... –diz Nairo sentando em uma mesa.
-Bom então o que vamos fazer? A única saída desse lugar é pela entrada, daí teríamos que passar por todos eles. –diz Be se encostando na parede deixando machado encostado do lado.


No entanto, chegar na casa cha agora virou uma prioridade pois lá estava o resto das únicas pessoas vivas nesta cidade. Logo que chegarmos lá não pensarei duas vezes em sair desta maldita cidade, e espero que tenha fim esse pesadelo de uma vez por todas.

-Que tal o esgoto? – pergunta Nairo olhando para nós dois.
-Seria muito arriscado já tem mais deles lá... – falo seriamente olhando para eles, colocando o facão nas costas.
-Como sabe? Pergunta Be.
-Eu consegui fugir da escola por lá, e eles conseguiram nos seguir.
-Bom então por onde? – Pergunta Nairo cruzando os braços.
-Vamos ter que sair pela portão de entrada mesmo como o Be disse.
-É mas como chegar ate ele?
-Podemos pegar um carro desses que estão no estacionamento e chegar ate o apartamento da Charlene, fica perto daqui se não me falha a memória. – Diz Be com um tom de voz confiante que iria dar certo nossa fuga do zoológico.


-Eu vi uma camioneta no estacionamento enorme, acho que ela seria útil ate para nós saímos da cidade – digo.
-É uma coisa meio impossível e perigosa Edward... – diz Be me olhando de canto.
-E o que você quer fazer? Ficar aqui e esperar a morte? – falo elevando a voz, eu tinha que mostrar que eu estava com a razão.

Se continuássemos aqui seriamos mortos mais cedo ou mais tarde, pois ninguém viria ajudar, não sei se essa infecção chegou to longe, não sei se ainda á vida fora daqui. Mas ficar parado sem fazer nada também não ajuda.

-Não quis dizer isso...mas podemos tentar... – diz Be.
-Eu não quero morrer aqui...vamos pegar essa camioneta e dar o fora daqui. – diz Nairo levantado da mesa.
-E como vamos ligá-la? Eu não sei fazer ligação direta! – diz Be.
-Eu cuido disso, e você fica encarregado de dirigir Be, Nairo você consegue distrair eles por alguns minutos?
-Não sei cara...não é só pessoas lá fora existe os animais esqueceu?
-É verdade...bom então...Vamos pela ponte na casa da arvore dali pulamos em cima da camioneta.
-Boa idéia, por onde nós entramos.
-Isso...agente sobe e pula direto em cima, eu reparei que o galho em que nós subimos estava bem perto.
-Beleza então...vamos dar o fora daqui.

Fomos ate a sala onde encontramos Emerson pela primeira vez, chego perto da janela e retiro a cortina verde escura do caminho para passarmos, sem fazer nenhum barulho subimos na arvore sem problema.

Chegando em cima da camioneta o primeiro a pular fui eu, pulei com máxima cautela para não faze barulho, o galho descia e ficava mais fácil para descermos.
O segundo foi Be e logo depois veio Nairo, quando ele estava largando do galho escuto um barulho logo em cima de Nairo, o galho estava rachando e rapidamente quando Nairo solto o galho quebra e cai com tudo em cima do carro soltando o Alarme.

-Vamos Nairo pula daí...

Nairo pula e no mesmo instante Be quebra o vidro do carro para podermos entrar e eu fazer a ligação, Be fica logo na frente afastando os que se aproximavam para ganharmos tempo.

-Entra no carro Nairo- diz Be.
-Rápido Edward... – diz Nairo atrás de mim.
-Calma...não me pressiona se não eu faço tudo errado-Apenas os que se deve ligar um com o outro. Começo a tentar dar a partida, vejo eles se aproximando pelo vidro da frente. Sinto um enorme frio na espinha, engulo seco e fico tremulo vendo aquele monte de gente enlouquecidas se aproximando da gente, e tudo o que eu tinha que fazer era fazer essa ligação.

Mas estava sendo a coisa mais difícil do mundo, a morte logo na nossa frente, o Nairo logo no banco de trás me pressionando para eu ligar o carro, Be logo do lado impedindo alguns que entrassem.

-Nada ainda? – pergunta Be empunhando o machado sem se quer me olhar.
-To tentando...não me apressa – falo levantando rapidamente os olhos para ele.
-Anda logo cara...- diz Nairo batendo no banco cinza da camioneta

A adrenalina estava aumentando cada vez mais, era se como estivéssemos roubando um carro e a policia atrás de nós. Mas ao invés disso era muito pior, a morte estava se aproximando mais e mais a cada segundo. Finalmente consigo ligar o carro, o barulho do motor mostra ser muito rápida, Pulo para o lado do banco do carona e chamo Be para entrar no carro.

-Vamos embora Be!

Be entra no carro jogando o machado em cima das minhas pernas, eles correm e sobem no carro e começam a quebrar os vidros, uma Mão quebra o vidro do teto solar e me agarra pelos cabelos. Retiro minha pistola e atiro pra cima e consigo acertá-lo depois de 2 tiros seguidos.
-Anda logo...grita Nairo atrás da gente.
-Se segurem – grita Be que arromba o portão que estava entre aberto.

Saindo finalmente do zoológico corremos em direção a casa de Charlene, mas o caminho não estava muito bom para dirigir rápido, muitos carros batidos, postes caídos no meio da rua, estava um caos total, avisto o prédio de Charlene e peço para Be virar a esquina.

-Vira aqui...olha lá esta o prédio dela!
-Segura que vou ir mais rápido...eles estão muito perto!
-Só não mata agente ta... – minha respiração acelerou, coloco o sinto e seguro bem firme na porta.

Vejo uma multidão saindo de uma esquina vindo ate nós, eu ainda não estava muito confiante que conseguiríamos, pois as possibilidades de morrermos ali mesmo era muito alta, todo cuidado era pouco. Eu estava ao mesmo tempo tenso naquele momento, pela primeira vez não estava confiante que conseguiríamos chegar com vida.

-Estão vindo mais deles, por toda parte! – grita Nairo olhando para trás.
-Nairo você não esta armado, vê se você encontra alguma coisa que sirva como arma no porta malas – digo para ele olhando de canto

Nairo se inclina no banco traseiro para vasculhar o porta malas, escuto barulhos de ferramentas indo pra lá e pra cá.

-Achei...um pé de cabra!
-Ótimo... – diz Be sem nem sequer desgruda os olhos do volante.
-Be não sabia que você sabia dirigir...
-Meus avós me ensinaram quando era pequeno.
-Esquerda vira aqui...
-Esses pneus estão carecas...estão deslizando muito...não cons...
-Cuidado Be! – Uma multidão deles vem pelo lado e pela frente jogando-se contra o veiculo, Be perde o controle e acaba virando com tudo o carro e batendo contra um poste.

Sinto minha cabeça latejar de dor, o carro fico todo amassado de cabeça pra baixo, sangue escorria pela minha testa deixando minha franja grudada na testa, minha perna estava doendo muito, vejo um pedaço de vidro cravado na coxa, consigo retira-lo com muita dor. Mas o sinto fica emperrado e não consigo retirar, olho para o lado de fora e vejo pessoas correndo na nossa direção.

-Eles estão...vindo...Be, Nairo acordem!
-Que droga... ta todo mundo bem? – pergunta Be.
-Be saiam...rápido eles estão vindo, leva o Nairo com você!
-Mas e você?
-Eu não vou conseguir andar e o sinto emperro, não consigo sair...Vão agora! – grito para ele, minha perna sangrava mais e mais.
-Não vamos te deixa cara - diz Nairo levantando atrás de mim, ele pega o facão e corta o sinto que me prendia.
-Vem vamos... – Be me puxa rápido pelo braço tendo cuidado com minha perna.

Saindo rapidamente pelo vidro do carro, eles estavam chegando mais perto, Nairo coloca meu braço por cima do seu ombro e me carrega junto com Be pra dentro de uma casa grande. Pulando com apenas um pé, entramos pela recepção e acabo reconhecendo o lugar, era o clube de Piscina térmica Cruzeiro da cidade.

-Temos que bloquear o portão- digo olhando de canto para trás.
-Vamos arrastar as mesas e cadeiras e bloquear a porta, rápido! – diz Be.
-Me deixem ali na escada e vão...

Be tranca a porta primeiro com as chaves que estavam logo no balcão da recepção, Nairo retira as barras de ferro das cortinas e coloca entre as maçanetas da porta, Be corre e arrasta junto com Nairo uma mesa grossa de madeira para finalizar. A porta vai pra frente e pra trás com a batida deles do lado de fora, corto um pedaço da minha camiseta e enrolo na perna para parar o sangramento.

-Edward atrás de você! – grita Be alertando um que se aproximava por cima da escada.
-Droga! - Tento virar em direção a ele mas acabo perdendo o equilíbrio e caio 3 degraus.

Ele desce as escadas correndo e se atira nos meus pés, chuto com força seu rosto impedindo dele me morder. Vejo Nairo pegando seu pé de cabra e ficando no seu olho com toda força, Nairo retira ele de cima das minhas pernas e me ajuda a levantar.

-Valeu Nairo...
-Você me deve uma – Nairo fala dando uma risadinha!
-Você ta bem? Ele chego a te morder? – pergunta Be.
-Não...eu estou bem, apenas não consigo caminhar direito, me de o facão – falo estendendo a Mão para Nairo.

Coloco o facão nas costas e Be torna a me carregar nos ombros, caminhamos ate as piscinas e temos uma das piores visões, a água estava vermelha de sangue, corpos boiando em todo lado da piscina, era horrível o cheiro que estava ali, voltamos para a recepção e sentamos nas escadas.

-E agora? Pra onde ir? – pergunta Be.
-Não tenho idéia – baixo a cabeça limpando o sangue que escorria pelo meu rosto.
-Ainda temos que encontrar o Marcelo e as meninas. – diz Nairo se encostando na escada baixando o pé de cabra no degrau.
-Que dor na perna, e minha cabeça ta...explodindo!
-Vamos ate a enfermaria, pra fazer um curativo na sua perna... – diz Be retirando seu moletom preto rasgado, ficando apenas com uma camiseta branca com vermelho.
-Parece que eu to novamente no meu colégio! Vamos eu sei onde fica – Nairo me ajuda a levantar pelo braço.
-E como você sabe onde fica? – pergunta Nairo.
-Eu fazia aula de natação aqui eu sei onde é, vamos!

Nós teríamos que passar novamente pelas piscinas, respirávamos menos possível por que o cheiro era insuportável, olhei sem querer para a piscina e vi crianças boiando pelas mini bóias de braço, tripas e órgãos flutuando na água manchando com sua cor vermelha, não agüentei e pedi para Nairo me soltar por um minuto.

-Edward você esta bem? – Nairo me pergunta colocando a Mão nas minhas costas e Be cuidado se alguém se aproximava.
-Não eu vou vomita...vamos, vamos chegar logo a enfermaria, é logo ali subindo as escadas.
-Ta vamos...

Nairo me coloca novamente no ombro, subindo nas escadas não agüentei botei tudo pra fora, mas Be e Nairo mesmo assim me levaram pelo braço e subimos o resto dos degraus.

-Nossa que cheiro...horrível!
-Não é pra menos né – diz Be olhando para mim.
-A enfermaria ta longe Edward? – pergunta Nairo olhando pro Corredor.
-Não é logo virando a esquerda – respondo limpando a boca.
-Então vamos... – diz Be levantando-me do chão!

Entramos na enfermaria e encontramos tudo bagunçado, a enfermeira que tinha aparentemente 30 anos estava estripada no chão da sala, Be e Nairo me colocam no balcão para descansar.

-Be me trás alguns curativos que eu mesmo faço.
-Ta certo.

Levanto minha calça ate o joelho e começo a limpar o corte lentamente, enrolo com a faixa e coloco a calça jeans suja sobre o curativo. Nairo tranca a porta e se encosta na porta respirando fundo, Be coloca o machado em cima da mesa de recepção junto com minha mochila.

-E agora? Como vamos chegar ate a casa da Charlene? – pergunta Nairo.
-Não tenho idéia – responde Be.
-Se nós conseguíssemos ligar e falar com eles, poderíamos pedir para encontrar agente em algum lugar! – Dou uma pequena opinião, já que não tínhamos muitas.
-Mas você ligo pra casa dela e ninguém atendeu... – diz Be.
-Pois é, mas eu sei o numero do celular da mãe dela, isso eu não tentei.
-E onde vamos arranjar um telefone? – pergunta Nairo.
-Na sala do diretor do clube tem telefone, fica um andar a cima de nós!
-Então vamos chegar ate lá... – diz Be levantando batendo machado na Mão.
-É vamos ter que ter muito cuidado, vamos lá – pego minha pistola e vejo que ainda restam 8 balas, tenho que economizar.

Consigo ir pulando ate a porta, abrindo vejo o corredor vazio então seguimos em frente. Avistando a escada fomos rápido ate ela, eu por minha vez quase não podia correr direito mas eu dava meu jeito. Subindo degrau por degrau chegamos ao ultimo andar, fomos ate a sala do diretor.

-Estranho... – diz Be.
-Estranho por quê? – pergunta Nairo.
-É mesmo...ta muito quieto, não tem quase ninguém por aqui! – o corredor emitia um som de suspense e medo, parecia que dava pra ouvir a respiração de Nairo e Be.
-Isso não é bom né? – pergunta Nairo.
-Não...nada bom, vamos chegar ate a sala logo! – digo.
Chegando na porta da diretoria do clube, ela estava trancada então não tínhamos escolha a não ser arrombá-la, retiro a pistola e miro na fechadura. O barulho ecoa pelo corredor, logo depois o silencio se foi e a morte começou a cantar pelos corredores, gritos e mais gritos vindo do andar de baixo.

-Vamos...pra dentro – grita Be.
-Não tem com que trancar a porta – avisa Nairo.
-Aquele Armário guris...empurrem! – peso para arrastarem o armário de sinuca para trancar a porta, mas não havia nada melhor.
-Edward liga pra ela que agente segura a porta, vai logo! – diz Be pondo-se contra a porta.

Pulo ate o telefone e disco rapidamente os números, começa a chamar...
Depois de 5 chamadas finalmente atendem.
-Alo!
-Cha!
-Edward...

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