quarta-feira, 31 de março de 2010

21º Juntos Novamente!

- O...o que quer dizer com Esterilizar? – gagueja Be perguntando.
-Eles vão lançar bombas com um gás muito forte, para matar tudo e a todos que estiverem nela, um gás que pra mim pode acabar com qualquer ser vivo, seja plantas, pessoas o que for, eles vão matar.
-E como você sabe sobre esse gás? – pergunta Nairo.
-A algum tempo saiu uma reportagem na Internet que cientistas estavam criando um tipo de gás que pode acabar com qualquer coisa viva, seria uma nova arma nuclear, ao invés de destruir a cidade inteira, eles vão destruir apenas os que habitam ela.
-Bom então...Ferro – diz Be sentando-se no chão.
-Eles não podem fazer isso cara...nós ainda estamos aqui – diz Nairo desesperado.
-Bom e como avisar a eles? – pergunto.
-Droga! – diz ele.
-O que vamos fazer galera? – pergunta Be.
-Em minha opinião...é melhor darmos um jeito de sair daqui antes do Anoitecer – termino colocando o facão nas costas.
-Então vamos chegar na prefeitura e dar um jeito...de sair daqui – diz Be levantando do chão.

Agora tudo fazia sentido, os corpos dos infectados baleados no chão, o numero deles que diminuiu, tiros e mais tiros naquele momento. O governo estava realmente fazendo alguma coisa pela cidade, então quer dizer que ainda tem pessoas vivas fora daqui. Agora temos que chegar ate a prefeitura e pensar em alguma coisa e sair daqui ates as 21:30 caso contrario acho que não veremos a luz do dia novamente.

Nós estávamos duas quadras da prefeitura, nós estávamos indo bem pelas ruas, olhos bem atentos em qualquer barulho ou movimento. Pois se um deles nos avista-se alertaria muitos outros, olho para Be e Nairo e vejo que essa noticia no radio nos deixo mais apavorados como nunca.

-Nós vamos continuar pelas ruas? – pergunta Nairo
-Temos que aproveitar, não tem quase nenhum deles pela rua – Aconselha Be com um tom de voz um pouco confiante de mais.
-Bom então vamos...não podemos desperdiçar tempo, Cha e os outros não sabem do que vai acontecer. – falo firmemente lembrando que estamos correndo contra o tempo.
Voltando ao percurso ate a prefeitura, seguimos pelos costados das ruas, também nos escondendo atrás dos carros. Estávamos nos aproximando de outro super mercado, eu estava com muita fome, não comia a horas, precisava comer algo se não eu não teria mais forças para seguir, paramos na esquina e observamos cuidadosamente se havia algum deles na entrada.

-O que vocês acham? Será que seria uma perca de tempo se formos ate lá pegar alguma coisa? – pergunta Be.
-Não sei mas eu to morrendo de fome...não como nada dez da sua casa Be – explico.
-Tem razão eu também to com muita fome – concorda Be.
-Agente não pode perder muito tempo, se nós fomos temos que ir muito rápido – Nairo diz com a voz muito tremula.
-Então vamos pelos fundos – digo.

Corremos ate os fundos do mercado para tentar entrar pela porta dos funcionários, chegando ate lá vejo a porta entre aberta. Ela range rapidamente indo para trás, com uma maçaneta enferrujada e torta como se alguém tivesse tentando arrombar.

-Nairo cuida ai atrás, Be você dos lados.
-Pode deixa – diz Be.

Entrando pelo setor dos funcionários, um corredor obscuro que parecia aqueles de filmes de terror, onde o você não sabe o que vai acontecer quando você tiver atravessado ele. Se bem que nesses últimos dias tudo tem se parecido com um filme de terror, no qual ainda não sabemos o que vai acontecer no fim. Tomara que os mocinhos sobrevivam, mas nem sempre isso acontece.

-Parece que estamos em um filme...de terror – diz Be.
-Foi o que eu tava pensando – concordo.
-Vamos mais rápido, quanto mais lento fomos mais vamos perder tempo. – Avisa Nairo, mas ele esta coberto de razão.
-Vamos nos dividir para ser mais rápidos, vamos pegar o Maximo de comida que conseguirmos, quando terminarem esperem lá fora e com cuidado – proponho.
-Ta pode ser...eu vou ate o setor dos chocolates – diz Be com os olhos brilhando.
-Eu vou ate onde tem as Frutas – diz Nairo.
-Eu vou com você Nairo – Diz Be
-Eu fico encarregado do setor de cereais...Vamos.

Chegando ate o final do corredor, saímos um de cada vez pela porta dupla de metal suja de sangue, depois que sai Nairo e Be eu reparo no chão pegadas, e ao que parecia era de algum animal, e espero não descobrir qual foi que fez isso.

Saio logo depois deles indo em direção ao corredor dos cereais e doces e para a nossa sorte não havia quase nenhum deles dentro do super mercado, chegando ao corredor vejo aquelas embalagens de chocolate e cereais tudo fechado, nossa não perco nenhum minuto e coloco umas barras de chocolate na minha mochila.

Vou ate o freezer que tinha ali do lado, pego algumas latinhas de coca cola e Fanta que estavam bem gelada. Volto para as prateleiras e pego 3 caixas de bombons, aproveitei e fui comendo uma barra pequena do chocolate Lacta branco, meu preferido.

-Quanto tempo sem comer chocolate...nossa – falo baixinho.

Bom hora de voltar para a porta, minha mochila tava um pouco pesada por causa dos suprimentos, ainda comendo meu chocolate passo na frente de uma veterinária e alguma coisa me chamou atenção. Resolvo entrar lá, não havia ninguém mas eu escutava um barulho esquisito que me atraiu para dentro.

Passando por trás do balcão vou lentamente ate o fundo da loja, para ver o que era aquele barulho que eu estava ouvindo, abrindo a porta dupla de metal eu vejo as gaiolas dos animais destruídas, algumas caídas no chão, sem fala que havia cachorros e gatos estripados no chão.

E o barulho continuava, caminho ate a sala onde se fazia o banho e a tosa dos animais e encontro um veterinário atirado contra um armário com as barriga aberta, e com dois cachorros batendo com o rabo na mesa de metal fazendo aquele barulho que eu escutava, eles estavam comendo as tripas dele.

Engulo seco vendo aquilo, reparo que na Mão do veterinário havia uma seringa, e em cima da mesa logo ao seu lado havia pequenos frascos de tranqüilizantes para cachorros, ele deveria ter se injetado para não atacar ninguém.

Com a maior cautela e silencio não termino de abrir a porta e já vou dando passos lentos para trás, finalmente eu fecho a porta sem fazer nenhum barulho.
Então sigo em direção a saída da Pet shop, passando pelo balcão de recepção deixo cair minha pequena barra de chocolate no chão, e com o maior descuido acabo batendo com a mochila em um cachorro de pelúcia que começou a latir.

Eu levanto rapidamente e sinto uma gota de suor gelado escorrendo por minhas costas, então olho de canto para a porta dupla de onde eu vim e reparo que o barulho do cachorro tinha parado, e isso não era bom sinal.

Não perco nenhum minuto e caminho rapidamente ate a saída e me bato de frente contra Nairo que estava caminhando muito rápido por sinal.

-Nossa! Edward! Que susto que você me deu cara...
-Xiii cala essa boca! – coloco a Mão na boca de Nairo para ele parar de falar, ele não tinha idéia do que eu havia visto.

Olho para trás ainda com a Mão na boca dele, vejo a porta se abrindo lentamente, meu coração acelero mais ainda do que já estava. Puxo Nairo pelo braço para nos esconder atrás do balcão do caixa do super mercado.

-O que você esta fazendo cara? – pergunta Nairo.
-Fica quieto imbecil, olha aquilo – falo bem baixo apontando para a porta da veterinária.

Os dois cachorros saíram da veterinária caminhando lentamente, a aparência deles era horrível, parecia com aqueles cachorros dos jogos de zumbis. Se eles nos vissem seria um grande problema, e o pior Be não estava ali com agente, ele não sabe sobre eles, agente tinha que encontrar ele e dar o fora.

-Mi...Minha nossa...agente ta ferrado – diz Nairo do meu lado.
-Agente tem que encontrar o Be e sair daqui...Vamos.

Os cachorros foram para o lado direito e nos pelo esquerdo, Nairo e eu fomos em direção ao Be, segundo Nairo ele estava no corredor de tênis e equipamentos de esportes, corremos ate lá.
No caminho tropeço em um balde de água e acabo caindo por cima da minha perna que estava machucada, a dor volta novamente e nesse momento em que cai pude ver os pés de Be parados e logo atrás as patas dos cachorros indo em sua direção. Nairo me ajuda a alevantar para seguirmos em frente, chegando ao corredor onde estava Be paramos na ponta da prateleira e vemos Be parados olhando um tênis preto e branco da Nike.

Não podíamos alertar Be pois ele se assustaria e os cachorros iria vê-lo, então tenho uma idéia de ultima hora.

-Nairo fica aqui...tive uma idéia!!!

Vou por trás da prateleira e pelos meios consigo ver os cachorros se aproximando de Be, não perco nenhum minuto e começo a balançar a prateleira para ela cair em cima deles, ela estava muito pesada. No primeiro impulso ela vai mas volta e no segundo também, mas no terceiro ela vai e fica parada no mesmo lugar por causa dos parafusos que a prendia no chão, olho para Baixo e vejo Nairo empurrando ela também.

-Rápido – diz ele.

E ela finalmente cai em cima deles, Be se assusta com o barulho e não sabe o que fazer então eu o chamo para irmos embora.

-Vamos Be, por aqui – Be corre fazendo a volta pelo lado em que viemos.
-Por que derrubaram a prateleira? – pergunta Be.
-Você não ia querer saber – diz Nairo.
-Vamos embora – Falo recuperando o fôlego.
-Espera... o que é aquilo? – pergunta Be apontando na direção da prateleira caída.

Os cachorros estavam levantando e correndo em nossa direção, escuto os suspiros de Be e Nairo logo do meu lado, engulo seco novamente dando um paço para trás.

-Vamos dar o fora daqui...Agora – falo Baixinho.
-A saída fica longe? – pergunta Nairo quase se borrando de medo.
-Esta logo atrás da gente – Avisa Be.
-Ótimo...então não olhem para trás – digo.

Viramos para trás e começamos a correr, os cachorros levantaram e correram com tudo em nossa direção. Não podíamos olhar para trás e nem parar por um momento se não já era, chegando a porta dupla de metal que levava ao corredor onde chegamos, passamos por ela rapidamente mas minha mochila tranca no momento em que ela fecha.

-Droga! – digo.
-Vamos Edward... – grita Be e Nairo.
-Podem ir... –grito.

Nairo sai pela porta mas Be volta para me ajudar, tirando a mochila vejo a cara deles pulando na porta pela janelinha que nela havia tentando abrir.
-Vamos correr – Diz Be.

Corremos e no mesmo momento a porta abre com eles latindo logo atrás da gente. Saindo finalmente do Super mercado Nairo fecha a porta rapidamente trancando eles lá dentro, Be e eu arrastamos um latão de lixo para bloquear a porta.

-Essa eu quase me borrei – diz Be.
-Eu tava correndo com o coração na Mão – comento repondo o fôlego, minha perna ainda estava doendo.
-Vamos temos que chegar a prefeitura. – diz Nairo.
-Espera vocês conseguiram pegar alguma coisa de comida? – pergunto.
-Eu peguei essa sacola de frutas...tem Maçã, Pêra, Uva, Banana e Pêssegos. – comenta Nairo.
-Eu consegui pegar chocolates e algumas latinhas de refrigerante. – comento.
-Eu não consegui pegar nada, por causa daqueles cachorros – diz Be.
-Bom eu vou comer alguma coisa agora, por que eu to morrendo de fome – digo pegando 2 maçãs da bolsa de Nairo.

Depois que todos comeram de tudo um pouco continuamos nosso caminho ate a prefeitura, a noite se aproximava cada vez mais e nosso tempo estava se esgotando pouco a pouco. Pulamos o muro e finalmente avistamos a prefeitura na outra esquina, agora era só correr, mas a entrada parecia que não iria estar aberta.

-Olhem aquilo – aponta Be
-Deve ser um sinal deles – diz Nairo.
-Tem quer...Vamos! – era uma bandeira na janela de cima avisando que á pessoas vivas lá dentro.

Pulamos o muro com máxima cautela, agora estava um pouco mais fácil de caminhar pelas ruas pois o números de infectados estava menor, mas mesmo assim não era motivo para baixar a guarda.

-Vamos tentar entrar pelos fundos, a porta da frente deve estar trancada – comento.
- Certo...vamos então – diz Be.

Corremos ate o beco mais próximo e fomos indo por ele, chegando a porta da prefeitura resolvemos entrar por uma janela próxima dali. Abrindo ela lentamente sou o primeiro a entrar, passando por baixo da cortina branca com detalhes marrons, empunho a arma verificando se tem algum deles por perto.

-Ta tudo bem...entrem – aviso Be e Nairo para entrarem.
-Finalmente chegamos – diz Nairo.
-Agora, Cha e os outros devem estar na sala da direção, vamos pelas escadas? – pergunta Be.
-Não deve ter alguns deles por lá, olhem ali tem uma passagem de ar condicionado, podemos ir por ela! – comento.
-É não custa tentar – diz Nairo.
-Vamos arrastar aquela mesa para subirmos – digo.

Arrastando uma mesa marrom ate a parede para alcançarmos a passagem, eu sou o primeiro a Subir, logo vem Nairo e Be. Rastejando pela passagem não se ouvia quase nada, e estava muito escuro também, andar por passagens de ar condicionados já virou rotina nesses últimos dias.

-Edward...você que esta indo na frente...leve isso – Be tira uma Mini Lanterna da perna com uma pequena luz azul.
-Ta...vai ajudar!
-Temos que ter cuidado para não cair, algumas dessas passagens tem o chão falso e nós podemos acabar caindo – comenta Nairo.
-Nem me fale... – isso aconteceu na escola no momento em que a Larissa caiu, e no Super mercado onde eu encontrei Nairo.

Paramos por alguns minutos, estava ficando abafado e quente, quase não tinha ar para nós respirarmos ali e era muito estreito o caminho, logo em frente teríamos que subir, as bolsas e minha mochila dificultavam ainda mais a passagem.

-Bom vamos continuar, parece que nós vamos ter que subir galera – comento.
-Perfeito, era só o que faltava – Comenta Be.

Começamos a subir, havia umas mini escadinhas para nos assegurarmos e subir, logo em frente havia um erro na passagem, estava amassado e dificultava ainda mais a passagem por ser mais estreito.

-Guris tenham cuidado aqui...passem de vagar- alerto.

Retiro a mochila e passo tranquilamente, essa é a vantagem de ser magro, nunca pensei que fosse me ajudar em alguma coisa. No momento em que Nairo foi passar ele acaba entalando no caminho pela bolsa que fico presa.

-Ah...Droga eu to preso –diz Nairo
-Eu ainda Avisei...Be empurra a perna dele que eu pulo ele pelo braço.
-Ta...
-Agora...

Nairo se desprende e continua subindo, chegando no final dobramos a direita e continuamos rastejando, acho que estávamos no segundo terceiro andar.

-Isso não acaba nunca – reclama Nairo.
-Calma estamos chegando – digo.
-Como você sabe? Ah esqueci você já é especialista em rastejar em Passagens de ar condicionado né! – Diz Nairo tentando me provocar.
-Se eu não fosse, não teria te achado e te tirado daquele maldito Super Mercado.
-E por que não me deixo lá? Eu não te pedi pra me tirar.
-Eu fiz o que eu achei certo...se não gosto da o fora.
-E eu devia ter deixado a porta aberta pra aqueles cachorros te pegarem – Diz Nairo já gritando.
-Que sabe...eu já to cheio de...AHHH – A passagem em baixo de mim se quebra fazendo eu cair.
-Droga... – diz Be.
-Para...Para com isso!!! – no momento em que caio uma menina fica me batendo com uma pedaço de madeira.
-Ai me desculpa... – diz ela arrumando a Franja por trás da orelha.
-Cha?
-Graças a Deus vocês chegaram! – era ela mesma, Cha se atiro em cima de mim e me abraço muito forte.
-Calma Cha...cuidado com a minha perna. – eu estava tão feliz em ver minha melhor amiga, minha Irma ali na minha frente que não tinha palavras.
-Cadê os guris? Be e Nairo? – pergunta ela me ajudando a levanta.
-Estamos aqui Charlene – Diz Nairo.

Be e Nairo pulam e logo são surpreendidos com um abraço forte de Charlene. Olho para o lado e vejo Marcelo encostado na mesa dando uma pequena risada me olhando, ele se vem e me aperta a Mão.

-Bom te ver de novo cara! – diz ele.
-Não vai se livrar de mim tão fácil – dou uma pequena risada.

Olho logo atrás dele e vejo Patrícia sentada no sofá arrumando seu All star e logo vindo na minha direção.

-Finalmente achei que vocês nunca chegariam – diz ela dando um leve sorriso e me dando um abraço.
-Bom te ver Pati...

Vou ate o meio deles e peço para todos se sentarem para eu explicar o que estava acontecendo. Espero que todos eles não fiquem preocupados ou com medos, bom isso é meio impossível pela situação que já estávamos lidando.

-Bom pessoal escutem...preciso falar uma coisa, sentem-se – Todos se acomodam em um lugar.

Cha fica sentada ao meu lado, Marcelo fica encostado na mesa, Pati senta no chão ao lado de Nairo, e Be senta no sofá comendo uma barra de chocolate.

-É o seguinte...não quero preocupar ninguém, mas temos pouco tempo para sair dessa cidade.
-Como assim? – pergunta Cha.
-Se não sairmos daqui antes do Anoitecer...todos nossos esforços para tentar sobreviver vão ter sido em vão!

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