-Quem é aquele maluco? – pergunta Be.
-Não sei mas parece que ele sabe pra onde nos levar, vamos! – Be me ajuda a carregar Charlene pela mata nos ombros.
-Rápido- diz ele.
-Espera...vai indo com a Cha...
-Espera onde você vai? – grita Be.
-Vou ganhar tempo pra gente, eu alcanço vocês, vão indo! – digo.
Corro na direção do nosso carro que estava contra a árvore, espero atrás de uma árvore grande eles se aproximarem do veiculo. No momento que eles se aproximam, retiro a arma da minha perna e miro contra o tanque de gasolina do carro. Quando uns 10 deles chegaram perto disparei a primeira vez mas errei, então disparei a segunda que acerto em cheio no tanque e fez o carro ir pelos ares.
Encosto-me na arvore colocando a Mão nos ouvidos, a pressão da explosão foi enorme, como eu via isso só em filmes de ação carros explodindo não fazia idéia de que a explosão fosse tão forte assim.
Olho de canto por trás da árvore e vejo muitos corpos pegando fogo no chão, muitos deles foram espedaçados pela mata. Mas teve uma conseqüência, o fogo estava se alastrando pelas folhas secas da mata, não era seguro continuarmos por aqui.
Levanto lentamente colocando a arma na perna, caminho na direção onde meus amigos foram seguindo por aquele cara estranho. Uma enorme fumaça se espalhava pelo céu combinando com a cor que estava o por do sol.
Caminhava rapidamente sem saber direito onde estava indo, a noite se aproximava mais e mais, o manto negro e frio da noite estava começando a cobrir a cidade, e as chances de sobreviver a isso eram mínimas.
-Ei...onde vocês estão? Be? Marcelo? Cadê vocês?
Minha visão estava ficando embasada, eu quase não sentia mais minhas pernas, será que eu fui mordido ou arranhado e não me dei conta? Minhas Mãos tremulas me sugaram as forças, eu estava diminuindo o passo, cada vez mais eu estava ficando mais lento.
-Não...o meu corpo esta adormecendo...não consigo enxergar com clareza...o que esta havendo?
Perco completamente as forças e acabo caindo de peito no chão. O que houve comigo? Será que eu fui infectado? Eu nunca senti nada parecido, meu machucado da perna começou a doer novamente impedindo mais ainda de eu levantar.
Ouso um barulho de alguém se aproximando, olho lentamente por cima e vejo a sombra de alguém correndo na minha direção. Se for um deles eu já era, pelo menos Cha e os outros podem conseguir escapar ainda, eu já não sentia o corpo direito, não havia jeito de eu me defender contra ele.
Fecho os olhos e me preparo para a morte certa. Mas esse alguém me puxo pelo braço me levantando e colocando meu braço por cima de seu ombro. Ele estava falando alguma coisa, mas eu não entendia nada, minha audição estava fraca. Mas por algum minuto eu ouvi um pouco do que ele estava dizendo.
-Por que você fico pra trás? O que você Fez pra fica desse jeito?
Ele me carregava rapidamente, não parecia ser o Marcelo, nem o Be e nem o Nairo. Não era ninguém que eu conhecia, mas eu estava feliz por não ser um deles, eu mal conseguia mexer os pés para caminhar.
Mas ele me carregava assim mesmo, vejo um pequeno foco de luz no meu rosto fazendo eu abrir lentamente meu olho. Vejo sombras de pessoas me ajudando a entrar em uma pequena cabana, dentro dela eu apago de vez.
-Será que ele esta bem?
-Ele ta muito pálido não ta?
-Pálido? Ele já perdeu muito sangue nesses últimos dias, você queria que ele fica-se como?
-Sem fala que não tem se alimentado direito, pra fala a verdade nenhum de nós.
-Cha? Be? São vocês? – minha voz estava baixinha e roca.
-Ele acordo...seja bem vindo maninho – diz Cha apertando minha mão.
-Deu o maior susto na gente Edward, achamos que tínhamos te perdido cara – Diz Be.
-Como se sente? – pergunta a voz do cara estranho.
Levanto calmamente do sofá ficando encostado na borda junto de um travesseiro fofinho. Olho para ele e vejo que era apenas um cara como nós, tinha cabelos castanhos, vestia um abrigo azul marinho, tênis vermelho e um moletom verde escuro, ele aparentava ter entre 17 ou 18 anos.
-Um pouco, minha cabeça ta doendo bastante...foi você que me ajudou lá fora não foi? Qual é o seu nome? – pergunto.
-Meu nome é Rafael, mas na verdade nao fui eu... – Rafael começa a falar mas é interrompido por outra pessoa, cuja a voz eu reconheci no mesmo momento.
-Não, fui eu Edward... – essa voz, era mais do que familiar, era a voz na qual eu escutava todas as manhas no café antes de ir pra escola.
-Alexandre? –Eu não conseguia acredita no que meus olhos estavam vendo, mas era ele mesmo, meu irmão estava parado bem na minha frente de braços abertos.
-Não vai me da um abraço irmão? – diz ele com os olhos cheios de lagrimas.
Levanto rapidamente com a ajuda de Charlene, sem me importar com a dor que eu ainda estava no corpo, abraço meu irmão fortemente. Depois de todos esses dias eu finalmente encontro meu irmão mais velho, que sempre cuido de mim como um pai.
Acho que todos os momentos e situações que eu passei e enfrentei se resumia nesse momento, eu conseguia escutar os batimentos de seu coração bem no meu ouvido que estava contra seu peito. Meu irmão estava na minha frente, não dava para acreditar, será um sonho? Não é real demais.
-Mas...como você conseguiu chegar ate aqui? – pergunto limpando os olhos cheios de lagrimas.
-Bom, o ônibus que estava acabo virando por que dentro dele havia uma pessoa que estava doente, criando o acidente. – Ele senta na cadeira na minha frente e eu torno a sentar no sofá para ouvir a historia dele.
-E onde foi isso? – pergunto.
-Foi há alguns quilômetros daqui...eu fui o único sobrevivente, havia outro mas não resistiu...Bom depois que consegui sair do veiculo eu resolvi voltar a cidade para tentar te encontrar, mas tive alguns problemas no caminho – diz ele baixando a cabeça.
-Entendi...
-O Alexandre só dizia que tinha que encontrar o irmão dele, que você não saberia se cuidar sozinho – diz Rafael cruzando os braços e se encostando na parede.
-Foi ai que eu encontrei Rafael, nós juntos procuramos você Edward, mas depois de muita procura atrás de você vimos que já não adiantava mais ficar na cidade, achamos que você poderia ter conseguido sobreviver, então resolvemos sair dela.
-Mas era tarde de mais, ela já estava em Quarentena e os militares já estavam longe para nós alcançarmos, daí então resolvemos ficar por aqui e espera uns dias – termina Rafael.
-Receio que não vão poder esperar tanto – diz Nairo sentado na cadeira de garrafas ali atrás.
-Como assim? – pergunta Rafael.
-Nós temos ate 21:30 pra sair daqui, o governo preparo uma bomba de gás para matar tudo que há de vivo nessa cidade – explico resumidamente.
-Tem certeza Edward? – pergunta Alexandre.
-Sim eu ouvi no rádio da policia...
-E você não tento pedir ajuda por ele? – pergunta Rafael.
-Não era só uma gravação, e não teria ninguém lá, ao menos se tivéssemos um rádio agora – comento.
-Tem um rádio em Palomas, talvez de lá possamos pedir ajuda – diz Rafael.
-Palomas? – pergunta Nairo.
-É um morro que tem aqui perto, meu pai trabalhava na rádio que tem lá, e ele tinha sempre um rádio para pedir ajuda quando faltava luz – explica Rafael dando sua idéia.
Acho que agora as esperanças voltaram, se conseguíssemos chegar ate lá eles nos avistariam e conseguiríamos sair de vez daqui. Olho por um instante para lado e vejo Patrícia colocando a Mão no rosto, ela começa a ter um ataque de tose então vou ate ela enquanto todos continuavam conversando.
-Pati? Você esta bem? Olha pra mim – levanto seu queixo com a Mão direita.
-To, eu só to um pouco enjoada nada de mais. – diz ela.
-Sei...pati olha se você estiver mal é só me dizer.
-Ta eu só preciso fica um pouco sozinha, vou toma um pouco de ar aqui fora – diz ela levantando da cadeira e saindo da cabana limpando o rosto.
-O que foi que deu nela cara? – pergunta Be.
-Ela ta um pouco enjoada só isso – explico voltando a me sentar no sofá.
-Hum, estranho – comenta Be
-Bom não temos muito tempo, vamos sair daqui imediatamente – diz Nairo muito determinado.
-Por que o Marcelo ta tão quieto? – pergunta Cha.
-Milagre que não viessem me encher o saco...- Marcelo levanta da cadeira batendo boca vai em direção a porta.
-O que foi cara? O que você tem? – pergunto.
-CUIDA DA SUA VIDA EWARD! – Diz ele enfurecido saindo da cabana batendo a porta bruscamente.
-O que foi que deu nele? – pergunta Cha.
-Não sei...mas tem algo de errado – comento.
Dez de que nos encontramos Marcelo tem agido estranhamente comigo, não sei o que esta acontecendo com ele. Antes disso acontecer ele era engraçado e gentil com as pessoas, agora ele ta fechado e emburrado com o mundo. Mas eu não o culpo a família dele também não ajudava, o pai dele chegava em casa sempre bêbado e quase sempre batia nele, sua mãe só se importava com ela mesma nem si quer se importava com o filho que era espancado pelo pai.
Depois que começou a andar comigo, eu e Cha passamos a ser sua nova família. Mas eu não consigo compreender o por que desse comportamento dele, existem coisas que eu devo perguntar a ele, mas tenho medo que essa raiva dele possa provocar algo muito grave e prejudicar a todos eles.
Quinze minutos se passaram dez de que eles saíram, algo estava me deixando inquieto. Levanto e vou lá fora para ver se estava tudo bem com Patrícia e Marcelo, chegando lá nenhum estava por perto me deixando ainda mais inquieto, caminho ate o lado da casa e começo a escutar duas vozes conversando, pareciam estar brigando. Então vou seguindo o barulho lentamente sem que eles nota-se minha presença, olhando de canto nos fundos da casa vejo Marcelo e Patrícia conversando, ela estava contra a parede da casa chorando, corro o olho para o lado e vejo que ela esta amarrada pela perna em um cano enferrujado.
-Quando tu pretendia contar isso para eles? Esperava acontecer pra poder atacar os outros...pois pode dizer adeus por que você não vai passar daqui mais... – Marcelo falava com ela em um tom de voz agressivo que eu nunca tinha visto.
-Por favor Marcelo, eu tava com muito medo do que poderia acontecer comigo, eu ia contar mas...- diz patrícia chorando.
-Cala boca, vai ser melhor que você morra agora do que o Edward e os outros saibam a verdade...pode dando Adeusinho – Marcelo levanta o machado que estava na sua Mão, pronto para matar ela.
Corro sem pensar duas vezes na direção dele, com um empurrão Marcelo cai para trás sem largar o machado, olho bem nos olhos deles sem fala nada apenas começo a sentir um ódio profundo pelo o que estava fazendo.
-Você ta maluco? O que te deu na cabeça? – pergunto ajudando Patrícia a levantar.
-Ela ta infectada, eu só ia poupa o trabalho dela conseguir infecta mais algum de nós – diz ele levantando e ainda empunhando o machado.
-O que houve com você cara? Você não era assim? O que fez você mudar tanto?
-Muda? Do que esta falando eu sempre fui assim e você sabe melhor do que ninguém! – diz ele aumentando a voz.
-Não Marcelo, eu conheço você a mais de ano e você nunca foi desse jeito, o que foi que aconteceu cara?
-Cara como você é chato, durante todo esse tempo eu te ajudei, te protegi, sempre te apoiando e agora você vem me empurrando só por que eu ia tira esse problema do nosso caminho? Você que esta mudando Edward...
-Cara olha só o que você esta falando? Esse problema? Ela é uma pessoa como nós...
-Ela não vai ser mais daqui a alguns minutos... – diz ele apontando com o machado para Patrícia.
Por um momento eu olho para ela e vejo que seu braço estava com uma cor roxa e escura, em baixo da munhequeira estava infeccionado e parecia mesmo uma mordida, isso me fez refletir em uma coisa.
-Marcelo agora querendo ou não tu vai me conta o que aconteceu naquele dia no super mercado...o que vocês fizeram com a Emily? – pergunto sem ao menos olha no rosto dele.
-Emily? Ah você fala daquela baixinha insuportável que você fazia de tudo para proteger mas no final parece que ela se torno mais uma de suas vitimas – diz ele soltando um leve riso.
-Foi você não foi? Por sua causa ela fico daquele jeito me obrigando a fazer o que eu fiz. – falo olhando desta vez direto no olho dele.
-Eu? Que isso eu não fiz nada, que fez foi a sua melhor amiga que você chama de Irmã, pois é Edward, foi a Charlene quem fez aquilo com a Emily.
-Eu não acredito em você!
-Mas deveria, Charlene estava morrendo de ciúmes por que você não dava a maior atenção pra ela, então ela decidiu eliminar a pirralha – Marcelo fazia a volta por trás de mim com o machado nas costas.
-Não a Cha jamais faria isso...você esta mentindo!
-Então por que não pergunta para ela? Não é Charlene pode sair daí, eu sei que você esta ouvindo. – Grita Marcelo olhando por trás de mim.
Olho lentamente para trás de vejo Cha saindo do lado da casa e vindo na nossa direção com uma cara de culpada. Não podia acredita que o que ele disse seja verdade, mas pela expressão que ela transmitia fez eu ter duvidas sobre ela. Ate por que depois que saímos ela não toco no assunto e nem ele, será por que estava com medo ou por que não queria mesmo que eu soubesse de toda a verdade?Ela se aproxima e fica ao lado de Marcelo olhando para mim com os olhos cheios de Lagrimas.
-Cha...é verdade isso? Você que fez aquilo com a Emily? – meus olhos estavam começando a se encher de raiva.
-Responde Charlene, diz a ele a verdade... – dizia Marcelo olhando para ela.
-Fui...fui eu! – no momento em que ela falou aquilo uma lagrima escorreu do seu rosto.
Não podia ser verdade, a Cha não faria mal a ninguém principalmente a uma criança que não fez nada a ela. Ela ajudou a Emily quando ela fico sem ar, ela a ajudou em muitas dificuldades como pode ter sido, naquele momento eu desconheci completamente ela. Eu simplesmente olhei para o lado e minha franja lentamente tapo meu olho esquerdo escondendo a tristeza e a decepção que eu sentia por ela.
-Pois é, deixa que eu conto agora como foi...depois que você caiu do tubo de ar, Emily fico desesperada por queria muito te ver de novo, ela dizia que você era o irmão que ela nunca teve, mas nós conseguimos tranqüilizá-la dizendo que você estava bem e bla bla, antes de sair do tubo nós ouvimos a sua voz dizendo que estava bem e tal, isso ajudo aquela pirralha fechar o bico. Chegando ao deposito do mercado lá havia dois infectados eu dei conta deles mas por acidente escorreu sangue no rosto de Emily no momento em que eu estava matando um deles, ela começo a chorar e acabo chamando a atenção de mais deles, Charlene que estava de saco cheio de aturar aquela menina, então ela a trancou dentro do armário...o resto você já sabe pegamos você mais tarde com aquele Nairo e fomos embora. – termina ele limpando o suor na testa.
-Me diz uma coisa Marcelo, não te machuca em pensar no que vocês fizeram? – pergunto.
-Fizeram não, ela fez? Eu não fiz nada, eu ainda disse ‘‘O Edward não vai gosta disso’’, mas ela nem atenção me deu, não é Cha? – pergunta ele.
-Não eu... – começa ela mas é interrompida por Marcelo novamente.
-Não tem desculpa Charlene, você fez uma coisa muito errada só espero que seu maninho do coração te perdoe né...mas acho que isso não vai ser possível...então Edward você encontro a verdadeira culpada pela morte da sua queria Emily, faça ela pagar...toma –Marcelo estende a mão e me entrega o seu machado.
-Tem razão Marcelo, desculpa Cha...
-Edward... – diz ela.
-Vamos... – diz Marcelo logo atrás de mim.
Pego o Machado e levanto na direção de Cha, mas algo na minha mente dizia que o certo não era fazer isso, e mesmo assim eu não conseguiria fazer mal algum a ela. Então por um momento passa pela minha cabeça quando Marcelo disse pela primeira vez que não valia mais a pena proteger ou ajudar a Emily, quando ela teve aquele ataque de asma Marcelo foi o único a dizer que eu deveria esquecer dela e seguir com eles, mas a Cha por outro lado me ajudou a salva-la, como poderia a Cha ter matado uma pessoa que na qual ela salvo uma vez e ainda uma criança.
No momento em que levanto o machado eu viro para bater contra ele, mas ele segura o machado com as duas mãos e me joga para trás pegando o Machado de mim novamente.
-Como você é fraco Edward...mas não se preocupe vou fazer esse trabalho para você! – ele levanta e vai na direção de Cha para matá-la, mas eu dou uma rasteira nela que a faz cair de costas no chão batendo a cabeça ficando inconsciente.
Ele erra com o machado e vem novamente para cima da gente, pego um pedaço de tronco de lenha que havia do meu lado e bato na sua barriga e outro no seu queixo.
-Nada mal Edward...gostei de ver, não precisa mais da minha ajuda pra te proteger na escola – diz ele limpando o corte no queixo que estava sangrando.
-Nunca precisei...
Ele vem novamente lançando o machado contra o meu rosto mas eu bloqueio colocando a madeira na frente, o machado crava e no mesmo momento ele puxa me deixando desarmado. Tento retirar minha pistola mas não estava ali, Alexandre deve ter retirado na hora em que me ajudo junto com meu facão que também não estava ali.
No momento em que ele retira o pedaço de madeira que eu estava na Mão, ele me bate com o cabo do machado na boca fazendo eu ir com o corpo para o lado. Ficando de costas para ele, com um chute ele me empurra fazendo eu cair de joelhos no chão, noto que ele esta bem atrás de mim pronto para me dar o golpe final, então eu agarro sua perna e o puxo para baixo fazendo-o cair junto comigo.
Levanto rapidamente e fico em cima dele bloqueando seus braços com meus joelhos, socando seu rosto sem parar descarregando toda minha raiva nele, mas sem eu ver ele pega o machado novamente e me bate na cabeça fazendo eu ficar tonto e acabo indo para trás com um chute no peito que ele me acerta.
-Tenho que admitir que você briga muito bem...por que você me pedia ajuda então quando queriam te bater na escola? – diz ele.
-Eu nunca te...pedi ajuda...você que se intrometia...e eu deixava por que achava que éramos amigos seu babaca!
-E você achou certo...acha mesmo que eu gostava de ser seu amigo? Eu sempre detestei você, você esta longe de ser meu amigo Edward...se eu te ajudava era por que eu tinha pena de você e fazia questão de ver você me pedindo ajuda! – Marcelo dizia aquelas palavras com muita certeza do que estava falando.
-Eu sempre tinha minhas duvidas sobre você cara, sempre achei que você tinha algo que escondia de todos, mas não quis acreditar nisso agora parece que eu estava certo sobre você – levanto do chão e fico em pé na sua frente novamente.
-Você não sabe nada sobre mim! – diz ele fechando o punho.
-Á eu sei...você é um cara que cresceu sem saber o que amor de Pai e de Mãe, por que seus pais te odiavam, você esta longe de saber o que uma Amizade de verdade, ou ter uma família que gosta de você!
-Cala boca... – grita ele.
Marcelo vem correndo com o machado contra mim novamente, no momento ele vem com o machado passa de raspão no meu braço me cortando na hora em que eu desvio. Dessa vez ele vinha com mais raiva e estava disposto a acabar comigo, olho para o lado numa fração de segundo e vejo patrícia desmaiada mas logo já volto a minha atenção para ele.
Eu consigo pegar o pedaço de madeira que ele havia tirado de mim, mas ele já estava perto de mim já me atacando, desvio e o empurro contra o a parede da cabana fazendo o maior barulho nela. Mas ele me empurra fazendo e cair novamente ao chão, Marcelo fica em cima de mim me socando o rosto bloqueando meus braços com seus joelhos da mesma forma que eu fiz com ele.
-Isso termina aqui Edward...mas não se preocupe que logo a Charlene vai ta com você lá em cima!
-Vai pro...inferno!
Pra minha sorte Charlene surgiu por trás de Marcelo retirando minha arma de seu bolso ela atira no seu peito sem pensar duas vezes. Marcelo recebe apenas 1 tiro no coração e derruba o machado, perdendo as forças e finalmente morrendo ele cai pro lado.
Alexandre e os outros escutaram o tiro e vieram correndo me ajudar, Cha empurra Marcelo de cima de mim e me ajuda a levantar. Olho nos olhos dela e dou um leve sorriso, ela enxuga as lagrimas e me da um abraço forte.
-Edward...só queria dize que...
-Não fala nada Cha, eu acredito em você, sei que não foi você que fez aquilo com a Emily...
-Mas igual eu tenho que falar, o Marcelo me fez jurar que eu iria botar a culpa em mim, caso contrario ele poderia matar todos nós...desculpa!
-Ta tudo bem...agora acabo! – vejo Alexandre e os outros correndo tudo armados em nossa direção.
-O que aconteceu? Edward, Charlene vocês estão bem? – pergunta Alexandre.
-Sim nós estamos– respondo.
-O que aconteceu com o Marcelo? – pergunta Be.
-É uma longa historia Be...vamos temos que...
Vejo que Rafael estava levantando a Patrícia para ver se ela estava bem, no momento em que ele a levanta, ela acorda finalmente mas cuspindo sangue pela boca.
-Rafael...sai daí, rápido!- grito para ele, mas já era tarde de mais, patrícia já havia se transformado e conseguiu morder ele no ombro.
-Droga! – diz Alexandre.
-Me ajudem...tira ela de cima de mim! – gritava ele desesperadamente.
Nairo e Be tiraram Pati de cima dele, sem a deixar morder um dos dois. Empurrando ela contra a parede ela ainda estava pressa pela corda que estava amarrada no cano enferrujado, tirando Rafael de perto dela ele senta no chão com a Mão no ombro.
-Rafael, tudo bem? – pergunta Alexandre.
-Ta mas isso dói muito...Droga!! – diz ele com uma enorme mancha de sangue no seu ombro.
Alexandre vai ate Marcelo e pega o machado do lado dele, e com um golpe a faz ficar em silencio. Eu não pude dizer nada, pois não havia outra coisa a ser feita por ela a não ser isso.
-E agora? – pergunta Nairo olhando para o céu.
-Como assim? – pergunta Alexandre.
-Ele esta infectado, e ele era o único que sabia onde fica o caminho para o tal morro de palomas, sem ele nunca chegaremos lá! – Apesar de eu nunca gostar desse novo comportamento do Nairo, ele estava certo.
-Não se preocupem, é só vocês seguirem por aquela trilha e irem somente reto, depois dobrar para a esquerda que você vão avistar o morro, e lá encontraram o rádio.
-Não podemos te deixa aqui cara – diz Alexandre.
-Mas vocês vão ter, eu já não tenho mais como continuar...não é Edward? – pergunta ele olhando diretamente para mim e cuspindo sangue pela boca.
-É...acho que não!
-Bom então se apresem, vocês não tem muito tempo...mas antes de ir, Edward poderia me deixa sua arma? Não quero dar nenhum trabalho para vocês! – diz ele dando um leve sorriso.
-É...claro, tem só uma bala...
-Não vou precisar mais do que isso...vão logo, estão perdendo tempo – diz ele.
-Cara obrigado por tudo, por ajudar a encontrar meu irmão, nunca vou esquecer o que você fez por mim...
-Podes crer cara, agora vai, não gosto de despedidas demoradas...apresem-se!
-Obrigado por tudo Rafael...- Agradeço.
Fomos ate a cabana para pegar as coisas que haviam ficado lá, então seguindo para a trilha o silencio invadiu novamente, e inesperadamente ouvimos o Adeus de Rafael...a ultima bala!
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário