
O portão estava ativado ainda com o sistema de segurança elétrico, eu sabia que avia esse sistema pois meu irmão me conto quando ele veio tenta trabalhar na fabrica de Vinho aqui perto ‘‘ ALMADEN’’. Ele disse sobre a porteira elétrica, e que quase levou um tremendo choque.
O choque foi tão forte que arremesso Cha pra cima de mim, ela fico inconsciente e parecia não estar respirando e sua boca ficou rocha.
-Cha...Cha...ta me ouvindo? Cha...por favor Cha acorda! – coloquei minha mochila em baixo de sua cabeça para acomodá-la. Ela não respirava e estava ficando gelada.
-CHAAA...
Nessa hora para mim o tempo havia parado, não conseguia mover um músculo vendo cha deitada na minha frente com seu coração parando aos poucos. Foi ai então em que tudo o que eu vivi nesses últimos dias repassaram pela minha cabeça, dez da hora em que eu acordei, tomei café com meu irmão, peguei o ônibus da escola e encontrei meus amigos no fundo do veiculo chamando meu nome.
O que esta acontecendo? Será que estou revivendo um replay desses últimos dias? Ou será que estou enlouquecendo de vez? Meus amigos ali novamente, ao meu lado conversando comigo. Logo depois eu estava na sala de aula trancando a porta para que eles não entra-se, eu podia sentir novamente nas costas as batidas do professor tentando entrar furiosamente.
Pude rever Jeferson caindo do cano em que descíamos para sair da aula e pedir ajuda. Pude sentir o peso de Emily novamente em minhas costas enquanto eu a carregava pelos corredores do colégio. Pude lembrar de quando encontrei Cha escondida dentro da sala de materiais na sala dos professores esperando por ajuda, aquele foi um dos meus momentos mais felizes, em ver minha amiga viva e salva.
Quando me aproximei dela novamente, algo estava mudando, ela não estava agindo da mesma forma que havia feito, era a única coisa que estava mudando agora nessas lembranças. No momento em que me aproximei dela ela começo a fugir de mim, a imagem de Charlene sentada com a cabeça entre os joelhos indo embora, era uma coisa que na qual eu não podia agüentar. Eu corria atrás dela gritando seu nome, foi ai então em que percebi, minha amiga estava me dando Adeus, minha Irmã. Pude sentir seu ultimo abraço no momento em que tropecei e cai de peito no chão não podendo mais alcançá-la. Foi ai então em que voltei a si, minhas mãos tremulas uma em cima da outra em cima do peito dela tentando fazer ela respira novamente.
-Vamos Cha! Respira! – gritava eu fazendo respiração boca a boca.
Já perdendo as esperanças, depois da ultima lagrima escorrendo e caindo em seu rosto, ela finalmente solta seu primeiro suspiro voltando ao normal. Ela acorda se afogando e gemendo de dor, abrindo os olhos lentamente vejo sua expressão de tranqüilidade, então eu já podia dizer que livrei minha melhor amiga das mãos frias e apavorantes da Morte.
-Cha? Cha ta me ouvindo? – minha voz estava seca e áspera, tocando em seu rosto ela finalmente olha para mim.
-Edward? – dizia Cha finalmente dando um leve sorriso – O que aconteceu?
-Graças a Deus... – as lagrimas saíram com tudo, pingando um pouco no rosto dela – Você levou um tremendo choque que a deixo inconsciente por uns minutos...achei que não ia conseguir te ajudar Cha!
-Obrigada... – sua mão passava pelo meu rosto limpando as lagrimas.
-Bom temos quer ir, consegue caminhar? – coloco o braço em sua cintura levantando-a
-Acho que sim...minha cabeça ta...explodindo – Sua voz ficou mais seca que a minha, ela coloca o braço por cima de meu ombro para se apoiar.
-Só pode...espera ainda temos que passar por essa porteira, se não nunca vamos chegar ate esse cerro. – digo pegando o facão do chão.
-Alguma idéia? – pergunto Cha olhando de canto para mim.
-Acho que o único lugar que pode desativar esse sistema de segurança é no próprio morro...mas não temos como chegar ate lá sem antes passar por isso aqui – fico pensando por um momento.
Todo sistema de segurança tinha uma caixa de força que manda-se a energia, mas onde estaria a desse sistema? Estamos no meio da mata onde haveria uma caixa de força por aqui?
-Temos problemas Edward – A voz de cha agora era preocupante e tensa, ela olhava para o meu lado esquerdo com os olhos arregalados.
-O que? Por quê? – vejo que o fogo estava muito perto da gente, já dava para sentir o calor infernal que ele emanava.
Droga e agora? De um lado uma cerca elétrica e do outro um fogaréu que estava destruindo tudo deixando agente sem saída. Tínhamos duas escolhas de como morrer, queimado ou eletrocutado. Fecho os olhos e tento pensar em alguma coisa mas com toda aquela pressão estava difícil.
-Vamos Cha...
-Para aonde? – perguntava ela, agora sua voz estava mais assustada.
-Vamos voltar ate o açude e seguir por ele, podemos encontrar alguma saída por ele – dizia eu já voltando pela trilha.
-Mas aquela água esta infectada, vamos correr o risco de pegar esse vírus só por uma gota dela...
-Não temos outra escolha cha e você sabe! – De qualquer outro jeito nós poderíamos morrer ali, as chances eram altíssimas, seja por um choque, ou pelo fogo ou por um vírus.
-Espera Edward, vamos pensar em algo juntos...talvez poss- Cha é interrompida por um barulho muito estranho, e o que parece vem da minha mochila.
-Que Barulho é esse? – pergunto na no meio da trilha.
-Vem da sua mochila...abra e veja logo – dizia Cha retirando seu braço de mim apoiando-se na arvore ao lado.
Abro o zíper preto e enferrujado da minha mochila verde, no fundo vejo uma luz vermelha piscando com um barulhinho irritante...Biiiiip, Biiiip, Biiiiip, fazia ela sem parar. Colocando a Mão dentro da mochila e encontro um Walk talk preto com um painel amarelo e com a luzinha vermelha piscando logo em cima.
-Alô? – aperto o botão e digo a primeira palavra que me vem na cabeça, e pra minha surpresa a voz que eu mais esperava ouvir nesse momento.
-Edward? Onde vocês estão? – perguntava Alexandre com uma voz de desespero e rude.
-Alexandre... nos estamos na entrada do morro, na porteira... – antes de eu terminar de falar ele me interrompe.
-Vocês precisam sair daí agora e subir aqui, o fogo se espalhou por todo o lugar, se vocês não saírem daí agora vai ser tarde de mais!
-Droga...mas não podemos sair o portão esta ligado ao sistema de segurança, não podemos passar com essa cerca elétrica! – estava falando no mesmo tom que ele agora.
-Merda...ta bom presta atenção, esse sistema só pode ser desligado em dois lugares, um é aqui em cima e o outro é ai com vocês, você precisa encontrar a caixa de força mover baixar a alavanca que tem ao lado – Alexandre nem respirava direito, e pelos suspiros que dava parecia que estava correndo.
-Ta e onde eu posso achar ela? – pergunto confuso.
-Eu não tenho idéia Edward, vim aqui poucas vezes...Droga! – Alexandre agora gritava, e parecia que estava forcejando.
-O que foi? – pergunto.
-Nada... olha eu já to chegando na sala de controle de segurança, vou desativar o meu aqui, você precisa encontrar a caixa de força, são todas iguais, tem que ter a alavanca ao lado dela que no qual você devera puxar para baixo entendeu? – dizia ele ainda correndo...no fundo consegui escuta as vozes de Be e Nairo gritando.
-Ta deixa comigo eu vou encontrar...quando você desliga você liga avisando viu?
-Ta vai logo! – Alexandre desliga o aparelho e segue seu caminho para nos ajudar.
Olho rapidamente para Cha e vejo que ainda estava com dificuldades para caminhar, e o fogo já estava bem perto de nós. Penso em onde poderia haver a maldita caixa de força...pensa Edward, Pensa...repetia mil vezes para eu mesmo. Foi ai em que eu lembrei das duas trilhas logo atrás, uma que levava ate aqui e a outra poderia ser onde encontrava-se a caixa de força, se eu leva-se Charlene iria demorar muito e nós estávamos com muito pouco tempo.
-Cha, presta atenção...vou tentar encontrar a caixa de força que o Alexandre me falo pelo walk talk entendeu? – sua expressão parecia de medo.
-Era ele falando? – pergunta ela confusa
-Sim, ele disse que pra desativa esse sistema, é preciso desativa lá em cima e aqui em baixo entendeu? Mas para isso eu preciso encontrar a caixa de energia...você vai ter que ficar aqui por alguns minutos sozinha enquanto eu vou ate lá!
-Mas você nem sabe onde fica...como vai encontrar – Por mais que eu tenta-se parecer confiante, cha não deixava de demonstrar um sentimento de medo e preocupação.
-Eu tenho uma idéia de onde possa ser...fica tranqüila que eu volto logo, fique com minha mochila, á você tem a Adaga que eu lhe dei? use-a se for preciso! - dou uma piscadinha para ela.
-Ta certo...tome cuidado! – grita Cha no momento em que eu já estava percorrendo a trilha.
Rápido, Rápido, repetia para mim. Sentindo meu cabelo balançando rapidamente para ambos os lados e minha franja chicoteando meu olho corro o mais depressa possível, mas minhas condições não era uma das melhores para correr, não podia exigir de mim mesmo muita coisa se não eu poderia acabar desmaiando.
Com apenas o walk talk preso na cintura da calça e o facão empunhado para baixo na mão direita eu sentia o ar dos meus pulmões incrivelmente entrando e saindo. Reparo que a trilha começo a se alargar novamente e isso era sinal que eu já estava chegando a outra trilha.
O fogo estava quase me alcançando, a velocidade em que ele vinha era inacreditável, se eu não me apressa-se eu iria é virar churrasco. Com o coração quase saindo pela boca e finalmente eu chego à divisão das trilhas. Tento parar mas minhas pernas não obedeciam, já estavam tremulas, então felizmente tropeço em uma raiz de uma arvore que havia no caminho que faz eu rolar trilha a frente.
Folhas secas grudam em minha roupa, junto com barro e pedaços de graveto, mas nem perco tempo limpando. Levanto lentamente colocando a cabeça no lugar, pego o walk talk que havia caído da minha Mão á alguns centímetros de mim. Mudo então de direção indo para o outro lado da trilha, na esperança de encontrar a tal caixa de energia. O calor estava começando a me fazer mal e o cheiro de fumaça era horrível, já estava começando a me afogar com ele a cada minuto.
Caminhando rápido pela trilha, reparo que o fogo tava logo ali ao meu lado, mas mesmo assim não era motivo para eu ter medo e desistir. Continuei correndo ate que finalmente encontro um pequeno muro de tijolos de cor avermelhado, e nele uma caixa de energia cinza com uma raio desenhado no centro, dizendo logo em cima ‘‘Alta Voltagem’’.
Mas para meu azar havia deles de sentado encostado no muro logo em baixo da caixa de segurança, sua aparência era igual á daquele homem que encontramos no Açude, era mais um lenhador, estaria morto? Ou estava apenas inconsciente? Por um momento tive que parar e pensar 2 vezes antes de fazer qualquer coisa.
Empunhei o facão para sua cabeça e a movi para o lado, com o impulso ele balanço e caiu mostrando sua face para cima, seu rosto estava horrivelmente estripado, seus olhos haviam sido arrancados, ele não tinha mais uma parte do lábio inferior mostrando assim todos os dentes afiados que teria, sua orelha estava preza apenas por um fio de pele, e seu nariz estava faltando um lado.
-Ele esta morto – respirei fundo, mesmo com aquela fumaça no ar, ainda sim me afoguei.
Estico o braço ate a alavanca que havia ao lado da caixa de força bem como Alexandre diria, puxando para baixo ela simplesmente libera um barulho de como se algo tivesse sido puxado da tomada e desligado, acho que agora é hora de ir.
Dando uma ultima olhada para o cadáver em baixo de mim para ver se estava tudo tranqüilo. Virando para trás vejo que o fogo estava quase formando um corredor em chamas para eu tentar passar, o calor estava de mais agora, mais um pouco eu não conseguiria chegar ate aqui.
Dou o primeiro passo para ir embora, mas sou surpreendido por um individuo que ate então eu pensava que estava adormecido. O Homem que ali estava levantou no mesmo instante se jogando para cima de mim, fazendo nós dois cair no chão que já estará quente e seco. Sinto um alivio na cintura.
O homem que estava em cima de mim, lutava com tudo para poder tirar um pedaço de meu pescoço, era como um Leão com muita fome querendo se alimentar, ela não era muito forte, sinto uma gota de sangue pingar de seus olhos arrancados e pingar em minha bochecha.
Fecho a boca e continuo tentando afastá-lo com as mãos, por que eu não trouxe Charlene junto comigo, ela daria um jeito também nesse aqui.
Não posso perder tempo com esse lixo aqui, pego o facão que estava bem ao meu lado e o enterro no seu queixo atravessando seu crânio. Jogando ele para o lado, retiro meu facão de seu queixo e volto a trilha.
-Corre Edward, Corre! – repetia para mim.
Voltando pela trilha e encarando o fogo logo do meu lado, vejo a curva para o outro lado logo em frente. Seguindo agora pela trilha da porteira onde se encontrava Cha, corro o máximo que posso para poder chegar a tempo. Por um segundo olho para o lado e vejo o fogo logo ali se aproximando, quando torno a olhar para frente Charlene estava na minha frente gritando para eu parar mas acabei não lhe dando ouvidos.
Caindo por cima dela vejo sua expressão de dor, sua cabeça deveria estar latejando e ainda com esse tombo pioraria a situação.
-Sinto muito Cha... – disse ajudando-a se levantar do chão sujo.
-Você não escuto eu gritando? – dizia ela levantando do chão com a maior cara de furiosa.
-Na verdade não...bom e ai desativo o sistema elétrico? – pergunto jogando o cabelo pro lado.
-Como eu vou saber, se eu tocar ai posso levar outro choque sabia?- por mais que ela estivesse gritando comigo, ela estava com razão.
-Vou ligar para o Alexandre e pergunta se ele já desativo o sistema – coloco a Mão na minha cintura na tentativa de encontrar o aparelho mas não havia nada.
Provavelmente tenha caído na hora em que matei aquele cara. Droga...Droga...como iríamos saber se o sistema já estava desligado? Poderíamos morrer na tentativa, bom não tínhamos outra escolha, cha já havia levado um choque, não poderia permitir que ela leva-se outro.
-Cha eu vou arriscar – disse determinado.
-E se ainda não tiver desativado? – a voz de cha agora era de choro e desespero.
-Precisamos tentar... – estico a mão ate a porteira me aproximando lentamente, sinto um enorme frio na barriga agora, parecia que a morte estava bem atrás de mim soprando meu pescoço com um vento frio que me fez tremer por um segundo.
-Espera...espera um pouco – disse cha me impedindo de abrir a porteira.
O vento em meu pescoço desapareceu e eu não sentia mais nada, olhei de canto para cha e vejo que ela estava com uma expressão de apavoramento e medo. Um barulho ecoava logo atrás da gente, minha respiração começou a aumentar junto com a tensão que estava ali entre agente, havia alguma coisa vindo e parecia que era a mesma coisa que estava nos perseguindo na hora em que Charlene e eu caímos no barranco.
-Ta ouvindo isso? – sua voz estava tremula e roca, estava engolindo seco.
-Sim... – respondo em um tom baixo e tenso.
As folhas estavam começando a se mover cada vez mais rápido, o fogo que estava ali ao nosso lado, parecia que estava começando a ficar mais lento a cada momento. O som estava cada vez mais alto, parece que finalmente essa coisa seja lá o que for conseguiu nos encontrar.
-Droga... – digo trincando os dentes – Vamos logo Alexandre, desativa isso de uma vez! – viro em direção a porteira.
-E agora? Ta...se aproximando – cha estava gaguejando.
O desespero estava aumentando cada vez mais, o barulho que essa coisa estava fazendo-me fez recua um passo suando frio. Sem prestar atenção eu encosto com o cotovelo na porteira gelada e úmida, ótimo Alexandre já havia desligado o sistema, então era hora de ir.
-Vamos...já esta desligado! – puxo cha pelo braço direito, mas ela fica imóvel quando finalmente aparece a coisa que estava nos perseguindo, vindo pela trilha atrás de nós – O que houve? – pergunto.
-Essa não – diz ela trincando os dentes.
-Droga...corre...corre cha, vamos! – dessa vez puxei com mais força fazendo ela sair do lugar.
Era quase impossível de acreditar, mas era um cavalo infectado, ele tinha um tom marrom escuro e um sinal no meio da testa. No momento em que passamos pela porteira, volto para ela ficando de costas tentando preparado para que o animal não passa-se.
-O que esta fazendo? – pergunta Cha olhando para mim com uma expressão fria e apavorada.
-Eu vou tenta trancar essa porteira, vai indo na frente que eu logo te alcanço. – grito.
-Ta falando serio? – diz ela.
-Vai logo Charlene! – grito, ela continua me dando as costas.
Pego meu facão e corto numa vez dois galhos de árvores não muito grossos para colocar nos anéis que faziam a tranca da porteira. O barulho das patas batendo no pasto úmido estava mais alto, então coloco mais meu próprio facão para ajudar a trancar a porteira, bom agora eu estava completamente desarmado, espero não precisar dele mais. Vejo que Cha já estava a uns quinze passos a minha frente, suas transas balançavam com o vento quando corria e parecia que a cada passo que ela dava mais lenta estava ficando.
-Continua correndo Cha...não me espere – digo quando vejo ela olhando de canto para trás, para ver se eu estava longe.
O cavalo não poderia atravessar aquela porteira mais, só se ele fosse um cavalo treinado em saltar em obstáculos, mas isso era impossível. A cada passo dado o cerro se aproximava mais e mais, o que aumentava nossas esperanças. Em frente havia uma camioneta batida contra uma arvore, com o corpo do motorista exposto na janela do veiculo e pelo uniforme que usava ele trabalhava na fabrica ALMADEN, Cha resolve parar para me esperar ao lado da camioneta.
-Tudo Bem? – pergunto quando chego repondo o fôlego.
-Se... – suspira ela – nós fomos com essa...camioneta subiríamos mais rápido – dizia ela com a Mão no peito.
-Não custa tentar...me de sua adaga cha – ela retira a adaga que estava pressa em sua cintura e me entrega.
Retirando com a boca a bainha empunho a adaga na direção do motorista morto. Me aproximo o mais rápido que posso, abrindo a porta do motorista seu corpo cai no chão mostrando seu pescoço ensangüentado por um enorme pedaço de vidro cravado.
Verifico se não havia mais ninguém dentro do veiculo, e parecia que não. A camioneta era uma D-20 azul escura, arranhões e enormes buracos na lona estavam nela, sem fala na mancha de sangue no vidro. Não acredito em que vou ter que dirigir de novo, nunca gostei de carros, nunca consegui dirigir um e nesse momento recordo-me da ultima vez em que peguei um carro para me salvar dessas pessoas a caminho da casa de Charlene.
-Entra rápido... – digo.
Vejo que o vidro da frente estava completamente rachado, estava muito difícil de ver por traz dele, então pego uma pedra que havia ali no chão e o quebro com toda força fazendo-o ficar em pedaços. Entro na camioneta novamente indo direto em baixo da direção retirando a tampa onde ficava os fios elétricos para fazer a ligação direta.
Com a Adaga eu corto os fios para tentar fazer a ligação. Enquanto isso o cavalo que estava logo atrás da gente estava tentando ainda abrir a porteira com batidas com a cabeça, coisa que nenhum cavalo comum faria.
-Vamos...vamos... – dizia eu trincando os dentes raspando os fios.
-Vai... – dizia cha ao meu lado olhando para traz cuidado o animal. O som do motor rangia inúmeras vezes quando eu raspava os fios um nos outros.
-Vai desgraçado liga... – A porteira se abre fazendo o cavalo correr em nossa direção com a maior velocidade.
-Essa não... – disse Cha colocando as mãos na boca.
-Calma cha... – continuo concentrado tentando ligar o a maldita camioneta, mas ele era tão rápido que nos alcanço num estante se jogando contra a parte dianteira da camioneta interrompendo a ligação.
O veiculo vai para o lado direito com o impacto do animal, perco todo o equilíbrio soltando os fios. Se ele continuar nunca vamos conseguir ligar e subir o cerro, a noite havia caído completamente e nosso tempo estava no fim. Espero que Alexandre não perca tempo me esperando pois acho que vamos nos atrasar...
-Cha você vai ter que fazer isso...eu vou tenta distraí-lo para que você consiga ligar entendeu? – digo olhando diretamente para ela.
-Mas eu não sei como se faz isso... – cha é interrompida com o barulho do vidro do meu lado quebrando com outra pancada do animal.
-Ta vendo esses dois fios? – empunho com as duas mãos os fios para ela – pegue a ponta deste e fique passando neste aqui e quando der...- sou interrompido por outro impacto – Enrola os dois e espere... – passo por cima das pernas de cha e saio pelo lado da sua porta.
Subo na traseira da camioneta e vejo o cavalo ao lado da porta de Charlene. Pulo de cima do veiculo e corro novamente na direção da porteira da onde viemos, espero eu me distanciar alguns minutos e começo a gritar.
-Aqui...vem me pega – correndo, chamo sua atenção.
Logo tenho uma surpresa, ele nem me deu atenção e sim continuou a tentar pegar Charlene. Uma coisa que eu não esperava que acontece-se, pego uma pedra e arremesso em sua direção que acaba acertando sua coxa esquerda.
Nem mesmo assim ele se quer me da atenção, então corro novamente para o veiculo. Chegando ao seu lado ele finalmente vira a cabeça e me encara se virando para mim, empunho a adaga e espero seu ataque...
-Que...coisa feia – Ele tinha varias marcas de arranhões e mordidas em seu pescoço enorme, na sua coxa esquerda havia furos de balas. Sua cabeça estava deformada, e sua orelha estava mordida, seus olhos estavam amarelados e seu lábio havia sido arrancado que deixava seus dentes a amostra – Cha...tenta ai – grito, o motor começa a tentar ligar.
O animal torna a virar para o veiculo no momento em que Cha liga os fios. Isso me deu tempo para correr na sua direção e ficar a Adaga no seu pescoço duas vezes e recuar, evitando suas patas. Desta vez eu tinha provocado feio, ele veio correndo levantando as patas, eu recuo alguns passos pegando distancia.
Vindo em minha direção ele corre rapidamente, suas quilinas cinzas nem balançavam por tanto sangue que havia em seu pescoço fazendo as ficar grudada. Jogando-me para o lado esquerdo ouso o barulho do motor finalmente pegando, fazendo eu virar ao mesmo momento e entrar no veiculo.
-Se afasta cha... – grito no momento em que entro.
-Ele esta voltando...rápido – grita ela.
Engato a marcha Ré para poder desencalhar da arvore na nossa frente. Já a alguns centímetros da arvore o animal se debate contra a frente da camioneta balançando agente novamente. Virando a direção coloco na primeira marcha e sigo em frente na direção da estrada que levava ao topo do cerro.
Ele continuava a nos perseguir no caminho ao cerro, engato a terceira marcha e continuo. Fazendo a curva olho rapidamente para o lado da mata, estava em chamas, uma boa parte dela já estava queimada deixando uma cor cinza.
-É tarde de mais...são 9:28- diz Cha apontando para o relógio do painel a minha frente.
-Droga...esse desgraçado não para de nos seguir... – digo olhando pelo retrovisor.
Derrepente um barulho me fez olhar diretamente para o céu escuro pelo vidro quebrado a minha frente. Eram Jatos que estavam passando rachando o céu com seu barulho estrondoso, será eles que lançariam as bombas de gás? O tempo estava se esgotando nós não tínhamos mais forças para continuar, mas como sempre o bom senso sempre me batia me fazendo enxergar um pingo de esperança.
-Cuidado... – diz cha me alertando do que havia na nossa frente. chegando ao topo do cerro, vejo um enorme portão azulado com detalhes em amarelo fechado na nossa frente.
-Se segura Cha... – aumento a velocidade e vou direto contra ele, mas não estávamos em uma velocidade que arrombaria por completo ele, ao invés disso, a camioneta apenas fez a grade ficar voltada para dentro, pelo menos dava para nós passarmos.
-Edward – Cha diz meu nome e ao mesmo tempo se afogando.
-Vamos...rápido... – digo abrindo a porta para sair do veiculo.
Caio de joelhos e vejo de canto o cavalo correndo desesperadamente em nossa direção, minha expressão muda no mesmo instante e sinto um arrepio na espinha. Cha já estava ao meu lado, pois saiu pela mesma minha porta...sinto sua Mão me puxando pelo braço para seguirmos em frente.
-Vamos...depressa – disse ela me puxando.
Passando por baixo da grade arrombada, estávamos seguros ali do animal infectado. Uma voz me chamou atenção dando um frio na barriga, viro no mesmo instante e vejo Alexandre, Be e Nairo em cima de uma casa enorme na frente da Antena de transmissão. Eles acenavam com os braços nos chamando para corrermos...
-Vamos Cha... – pego Cha pelo braço e corro o mais rápido possível.
Um helicóptero estava vindo logo atrás deles, meus olhos se encheram de lagrimas quando o vi e escutei o barulho de suas elises girando. Chegando a casa subimos por uma escada vermelha que havia ao lado, deixo que Cha suba primeiro e logo vou atrás.
Finalmente todos juntos novamente, ficamos em cima do terraço esperando pela nossa carona. Abraço Alexandre e escuto seus batimentos fortemente nos meus ouvidos.
-Tem carona pra mais dois? – pergunto dando um leve riso.
-Achei que não iria conseguir... – disse ele.
-Acho errado mano...vamos dar o fora desse lugar de uma vez! – digo.
O helicóptero se aproximou e aterrissou no meio do cerro, o piloto faz sinal para nos chamar, Be e Nairo são os primeiros a descer correndo as escadas, logo foi Cha e eu, e por ultimo Alexandre. Corremos para o helicóptero, seu vento era muito forte que fazia meu cabelo voar com facilidade, minhas roupas se enrugavam com o vento.
-Rápido...entrem! – ordenou o piloto.
Com todos dentro ele começou a decolar, olho pela janela o cerro ficando cada vez menor e a cidade se afastando. O fogaréu que estava a mata estava começando a subir no cerro fazendo um mar de chamas em volta.
-Conseguimos...nem acredito, nós conseguimos – disse Be colocando as mãos no rosto.
-Isso ai Be... – diz Nairo batendo em suas costas levemente.
Encosto minha cabeça no ombro de cha e solto um grande suspiro fechando os olhos e abrindo lentamente novamente. Mais jatos estavam passando por nós, e logo tremi no momento em que as bombas começaram as explodir. O piloto estava se comunicando com os oficiais através do radio, dizendo que havia nos encontrado. O cara do radio tinha uma voz rouca e no mesmo instante ele disse.
-Traga eles para nossa base...precisamos fazer exames neles, para saber se não estão contaminados – disse a voz no radio.
-Entendido... – disse o piloto desligando o radio. Ele lentamente olha de canto para trás e me encara com uma expressão que me fez engolir seco.
Levanto a cabeça do ombro de Cha e o encaro no mesmo instante. O piloto agora estava virado totalmente para mim e o outro estava reto olhando fixamente para frente. O piloto ainda tornava a me encarar, sua expressão estava mudando, ele começava a babar e começou a ficar com os olhos brancos, parecia que estavam revirados.
Nesse momento ele solta o grito que eu ouvira todos os últimos dias. O seu companheiro não fez nada, seguiu pilotando como se nada estivesse acontecendo, então ele avançou na minha direção tentando me morder.
-Edward... – disse Cha me acordando. Levanto a cabeça de seu ombro e respiro fundo me encostando novamente nele – Tudo bem? – pergunto ela.
-Tudo...agora ta tudo bem Cha – respiro antes de dize uma palavra que pensei que nunca fosse dizer- ‘‘Acabou’’...
The End?
FFFFFFFFFFFFOOOOOOOOOOOOOOOOOODDDDDDDDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirMuiiito Foda MANIIN *----*
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