quinta-feira, 2 de julho de 2009

1º O Inicio do Pesadelo!

Estou sentado no sofá do porão da minha casa tentando me esconder para continuar vivo. Ainda não sei direito do que, mas sei que vou descobrir tudo e entender o que esta acontecendo. Eles vieram tão rápidos que ninguém foi capaz conter sua onda de destruição, causando mortes, desespero e destruição. Pude ver grandes amigos serem mortos, minutos depois meus amigos mortos voltavam de alguma maneira para me matar junto com todo o resto, não sei como essa praga começo, mas rezo que acabe logo. Queria poder dizer que isso é apenas um pesadelo, porém um pesadelo que no qual não consigo acordar. Queria poder acordar e ver o sol brilhando novamente, com sua luz ofuscando meus olhos, sentindo seu calor agradável no inverno rigoroso que se aproximava. Não sei como consegui chegar ate aqui sem ser mordido, mas sei que eu vou conseguir escapar mais uma vez. Antes de tentar sair daqui e correr o risco de ter meus órgãos arrancados, vou explicar como começou meu dia, ou melhor, meu pesadelo. Pois ate onde eu sei, minhas teorias sobre tudo isso é somente, correr, fugir, se esconder, e tentar sobreviver... É 07h15min da manha, meu celular desperto com seu barulho irritante. Sinto uma dor nas costas quando acordo, olho em volta e reparo que acabei adormecendo em cima dos livros em minha mesa que estava estudando. Esfrego os olhos e vejo no celular o aviso que eu havia marcado ‘‘Prova de matemática’’, espero que de tudo certo. Vou arrastando meus pés ate chegar ate o banheiro, lavo o rosto para voltar ao meu pequeno mundo, escovo os dentes e arrumo o cabelo rapidamente apenas arrumando a franja. Vou indo em direção à cozinha e vejo meu irmão procurando mais uma vez o pote de café, reparo que ele estava um tanto irritado, seria melhor não tentar fazer nenhuma brincadeira hoje, só para evitar discussões desnecessárias. -Bom dia mano – Vou indo ate a mesa para preparar meu café. -Edward você viu o pote de café?- Diz Alexandre abrindo as portas de todos os armários sem se importar com meu Bom dia. -Ta na ultima porta a esquerda, eu sempre deixo ali – Dou um longo bocejo colocando a primeira colher de açúcar em minha xicara. -Já disse pra você, sempre que terminar de usar, colocar em cima da mesa... Quantas vezes vou ter que dizer isso? – Alexandre sentava a minha frente despejando duas colheres de café. -Tudo bem... Desculpe. Moramos apenas eu e Alexandre aqui, nossos pais morreram em um acidente de carro quando eu ainda era pequeno, desde então Alexandre e eu tivemos que nos ajudar para continuarmos nossa vida aqui na cidade. Ligo a TV no noticiário, parece estar exibindo gravações do hospital da cidade, o repórter corria pra ver se conseguia alguma entrevista, havia muitas pessoas feridas, e muitas ambulâncias ao redor. -Ninguém sabe direito o que esta acontecendo, a muito sangue muitos corpos, alguns carros incendiados, esta um caos total aqui – O repórter estava desesperado por ver aquela bagunça e o que era pior, parecia que não parava nunca de chegar mais pessoas machucadas. Realmente era uma cena muito forte para se assistir logo no café da manha, eu esperava ver algo produtivo, mas nos dias de hoje só vemos violência, mortes e guerras. O controle é tomado da minha mão sem eu ver. -Qual é? Eu estava assistindo cara – Tento pegar o controle de volta. -Você quer assistir pessoas morrendo e machucadas? Eu prefiro mil vezes assistir desenhos a isso – Sinceramente era um pouco irritante conviver com meu irmão, por mais que fossemos unidos, brigávamos seguidamente. -Hoje eu vou volta mais tarde do trabalho e não sei que horas eu vou chegar então você não precisa fazer o jantar hoje. – Aqui em casa quem fazia o almoço ou janta era sempre eu, Alexandre não é um bom cozinheiro e também nunca tinha tempo, mas isso nunca me incomodou. -Tudo bem... E que horas você chega? -Não sei... Assim que eu resolver um problema que deu na loja – Alexandre era gerente de uma loja de motos, era responsável e muito serio no trabalho, deveria ter acontecido algo de muito grave. -O que aconteceu? – Como papel de irmão mais novo eu deveria me preocupar nem que seja um pouco, além do mais, só temos nós para conversar e contar tudo um para o outro. -Um cara maluco entrou na loja quebrando o vidro e derrubando todas as motos... Achamos que fosse um drogado descontrolado... -E o que aconteceu?- Pergunto surpreso tomando um gole de café. -O Tony foi tenta tira ele pra fora, mas o cara o agarrou e mordeu ele no braço, daí os outros rapazes tirara ele de cima do Tony, o cara caiu no chão e levantou no mesmo instante com muita facilidade... – continuou – Então ele saiu correndo deixando a loja toda bagunçada... – Tomou outro gole de café antes de continuar- Mas deixa isso pra lá, toma seu café e vai pra escola. -Termina levantando da mesa e indo para a Pia jogar a xícara suja. Quando nossos pais morreram eu tinha quatro anos, Alexandre tinha 10. Não lembro direito deles, mas Alexandre sempre disse que eles eram pessoas de muito bom caráter, meu pai era Diretor de uma empresa na cidade que fornecia Artigos médicos para saúde. Minha mãe era a melhor Psicóloga da cidade, eles eram muito conhecidos aqui. Olho o relógio 07h40min, estou atrasado, vou ate meu quarto e coloco uma causa jeans, meu all star preto e a primeira camiseta que encontro no armário. Pego duas fichas para o ônibus e vou correndo ate a parada de ônibus com minha mochila batendo em minhas costas, ele estava quase partindo, subo rapidamente, mas paro no segundo degrau da escada. Uma mancha vermelha escura no para brisa do veiculo chama minha atenção sou surpreendido quando o motorista me chama. -Senhor, algum problema? – Pergunta ele antes de partir. -O que?- Fico em silencio - Á problema nenhum eu só, fiquei olhando essa mancha, se não fosse loucura... – Dei uma pausa – Diria ate que é sangue – Disfarço com um sorriso torto. -Por incrível que pareça, é sim – Isso me pego de surpresa – Ontem a noite uma mulher começou a se debater contra o ônibus gritando, ate que expeliu sangue pela boca – Disse ele na maior calma. - E o senhor pediu ajuda pra ela? – Pergunto sentindo um cala frio esperando a resposta. -Não ela saiu correndo... Bom entra ai que tenho que cumprir meu horário – Termina ele. -Á... Desculpe – Continuo meu caminho entrando no ônibus. Passo pela roleta e vejo Carol, Marcelo, Jéferson e Charlene me chamado no fundo do ônibus. Parece que não fui o único a estar atrasado, nunca mais deixo para estudar pra ultima hora. -E ai galera... - Comprimento com a menor vontade de cumprimentar um por um. -Que cara é essa Edward? Pelo visto não foi uma das suas melhores noites não é? - Pergunta Jéferson com uma cara de riso. -Pois é, acabei dormindo em cima dos livros de matemática enquanto estudava – Sento de costas para a janela colocando os pés no banco vazio ao meu lado. -Nossa esqueci completamente dessa prova, agora já era - Marcelo se assusta lembrando que mais uma vez não estudou por que ficou ate tarde na internet de novo. -Eu nem precisei estudar, peguei o conteúdo de primeira – Charlene era a Intelectual do grupo, a mais aplicada da aula. -O que foi Edward? Ta com uma cara de preocupado – Pergunta Carol. -Á é que... Aconteceu um negocio lá na loja do meu irmão – Tento parecer menos preocupado possível. -O que houve?- Pergunta Jéferson já preparando uma de suas colas para a prova de matemática. -É uma longa historia – Tentei mudar de assunto, mas Jeferson insiste no assunto. -Falta ainda pra chegar à escola – Diz ele. -Bom foi assim... – Normalmente não sou muito de compartilhar assuntos que envolvem minha família, mesmo que não seja muito importante, a única pessoa que sei que posso contar é Charlene. Explico o que aconteceu com Alexandre na noite passada, do maluco que invadiu a loja, minutos depois descemos do ônibus e caminhamos uma quadra ate o colégio. Chegando à porta da escola o sinal toca fazendo agente correr para não entrar depois do professor. Chegando à aula vejo que muitos não estavam presentes somente estavam Angélica, Maicon, Larissa, Karen, Giuliano, Nathiele, Junior e Leonardo, e mais outros quatro que eram novatos. Caminho ate meu lugar e reparo que no fundo da sala um cara que era o mais quieto da turma, Leonardo, estava com os braços apoiados na classe com a cabeça baixa o que aparentava não estar muito bem, então resolvo ir ate ele para ver como ele estava mesmo não tendo muito contato com ele, pensei que poderia ajudá-lo em alguma coisa. - E ai cara, você ta bem? – Sento na classe ao lado da sua colocando a mão no seu ombro. Ele vira o rosto e me encara, seus olhos estavam avermelhados e havia um arranhão no seu braço que provavelmente deixaria uma cicatriz muito feia e não aparentava ter um bom curativo. Ao redor do ferimento estava roxo e húmido, estava completamente infeccionado. -O que houve no seu braço cara? – Continuo analisando o ferimento tentando mostrar-me preocupado, ele apenas da uma olhada e volta a baixar a cabeça. Dez do primeiro dia de aula ele nunca foi de falar muito, acho que em toda escola ele não tem nenhum amigo, estava sempre nos cantos menos movimentado, sempre isolado de todos. Nunca me perguntei por que ele não se misturara e nos dias de trabalho em grupo ele optava sempre em fazer sozinho. Vou em direção ao braço para analisar o ferimento, mas ele não permite e acaba levantando da mesa para tirar satisfações. -Cuida da sua vida Edward, não pedi sua ajuda – Seu tom de voz muda totalmente do que eu já ouvira antes, a agressividade e o ódio que eu vi em seus olhos me fizeram pensar que ele não era o mesmo. -Tudo bem, fica calmo... Achei que estivesse precisando de ajuda – Tento manter a calma e não perder o controle com ele, além disso, ele já não sabia o que estava dizendo. -Já disse que não preciso de ajuda, deixe-me em paz – Com força ele me empurra fazendo um impacto em meu peito, Junior nota que iria dar confusão então foi tentar me ajudar. -Ei qual foi desse Mané Edward? – Junior já estava com os punhos fechados prontos para o ataque. -Não foi nada... Deixa pra lá – Junior é o tipo de amigo que sempre tenta proteger os outros, esse lado grosseiro e bruto que eu não gosto muito, para ele nada mais pode resolve um assunto do que um cara leva uns socos na cara. -Mantem esse seu amigo longe de mim Junior – Leonardo torna a aumentar o tom da voz, chamando atenção. -Chega vocês ai... Bom dia Turma vai começar nossa aula de hoje – Diz o Professor de física jogando sua maleta em cima da mesa. Apesar de não gostar muito dessa matéria, eu realmente nunca tive dificuldade, pois o professor Redi sempre nos ajudava, mas só quando ele realmente achava que o aluno merecia sua ajuda. Durante todo o primeiro período Leonardo como de costume não falava nada e ainda permanecia com os braços debruçados na mesa com a cabeça baixa olhando direto para o chão. Quando vejo que realmente ele não estava bem, ele levanta e caminha lentamente, mas ninguém notava sua presença ali em caminhar pelas classes. Ele se aproximou do professor, houve uma troca de palavras entre os dois, depois ele se direciona para a porta e sai. Depois de algum tempo ele não voltou, o professor não pareceu se incomodar com isso, pois para ele só importava os alunos que realmente se interessavam por seu conteúdo e prestava atenção, o que não era muito o caso de muitos ali presentes. Ele só ficava ali sentado observando quem estava estudando ou quem estava fazendo que estudasse, pois ele tinha suas técnicas. Ele podia estar em silencio, mas estava de olho vivo em nós. Se alguém conversa ou atrapalha o silencio que ele preza muito, ele apenas pegava seu caderno de anotações e escrevia o nome do aluno. O que não demoro muito, um grito ecoou pelo corredor, mas não um grito comum, era de sofrimento e horror, como gritos que se escuta apenas em filmes de terror. -Nossa o que foi isso? – Pergunta Carol, mas todos tinham sido pegos de surpresa com esse grito. -Deve ser alguma garota das salas ao lado, tentando chamar a atenção – Comenta Nathiele, que aparentava estar muito calma. -Silencio... Eu vou ate lá da uma olhada, e vocês continuem fazendo os exercícios na pagina 394 – Quando reparei o professor já havia saído da sala de aula. Alguns ficam conversando aproveitando a ausência do professor. Outros continuavam a fazer os exercícios que haviam sido deixados por ele, mas com os minutos passando e nada do professor voltar eu ficava cada vez mais inquieto e curioso. Quinze minutos depois novamente um grito, e agora vinha perto do corredor, levanto do meu lugar e vou lentamente ate a porta. -Edward, o professor pediu pra ficarmos na aula – Diz Charlene que estava sentada na minha frente. -Eu não vou sair... – A parede vai sumindo e a abertura da porta ocupando todo campo de minha visão. Finalmente o professor estava vindo, mas estava diferente, ele estava caminhando raspando o ombro nas paredes do corredor. Sua camisa branca estava pra fora da calça e um lado do braço estava rasgado, mas isso era o de menos. Noto que no seu pescoço havia um ferimento e estava sangrando muito fazendo o sangue escorrer pelo peito sujando a camisa branca. Ele ainda caminhava lentamente como um homem bêbado. Faltavam poucos metros para chegar à nossa sala. Sendo a ultima sala do pavilhão do segundo andar da escola, ele se aproximava ainda lentamente. Não senti nenhuma vontade de ir ate ele para ver se estava tudo bem, por que nas condições que ele estava, me fez ficar só observando da porta. -O que deu nele? – Surge Marcelo logo atrás de mim. -Não sei... – falo sem ao menos tirar os olhos dele. -Será que ele precisa de ajuda? – No momento em que Marcelo passa por mim, no mesmo instante seguro seu braço rapidamente. -O que foi? -Acho melhor ficarmos aqui – Um arrepio no pescoço passa por mim, eu sinto como se meus pés e mãos estivessem preços, como alguém algemado, mas minha mão ainda permanecia segurando o braço de Marcelo. Uma garota sai da aula do primeiro ano e nota a presença do professor logo do seu lado, ela vai ate ele para ajudá-lo, mas é surpreendida por um grito dele. Ele avança numa velocidade incrível pulando em cima dela, os gritos da garota ecoavam por todo pavilhão, me deixando paralisando de vez. Pensei que veria uma cena daquelas só em filmes de terror, ninguém aparecia para ajudar, atrás do professor vinham mais três pessoas correndo como ele, na maior velocidade e todos foram para cima dela. Uma mancha de sangue escorria em volta deles quatro manchando completamente o chão, nunca tinha visto tanto sangue na minha vida. -E... Edward, voc... –Marcelo não consegue dizer uma só palavra, pois também estava assustado ao ver o que estávamos tentando acreditar. -Vamos entrar... – O barulho deles rasgando a menina ao meio era só o que dava para ouvir no momento – VAI... ENTRA – Grito. Minha voz chama a atenção do professor que nos olha, seus olhos brancos como se estivessem virados pra trás, então ele começa a correr em nossa direção gritando sem para. A cada passo que ele dava, parecia que meu coração estava mais perto de sair pela boca ao ver sua expressão. Puxo Marcelo para dentro cravando meus dedos em seu braço.

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