No corredor, uma sensação horrível de morte estava me envolvendo, o sopro de morte estava na minha orelha me fazendo tremer. Bom mas agora não é hora de ficar com medo, vamos em frente. Olho para trás e vejo Emily me observando pela fresta da porta que estava se fechando pouco a pouco, Marcelo estava no fundo da sala de braços cruzados e logo ele deu um pequeno sorriso malicioso.
-Vamos lá!
Começo meu caminho ate nossa sala, estava muito quieto, sem gritos, sem pessoas correndo. Eu estava em alerta total a qualquer movimento ou barulho estranho, pois se viesse algum naquela hora era correr sem parar, mas não se pode correr contra pessoas que estão parecendo canibais famintos de fome que correm mais do que você.
Cada minuto que passava eu me fazia as mesmas perguntas, será que eu devo voltar? Será que vale a pena me arriscar, mesmo depois que eu passei com Jeferson e Marcelo? E se eu morrer antes de chegar lá? Mas grandes amigos estão lá, principalmente minha melhor amiga Charlene. Eu prometi que voltaria, então não posso falhar com minha promessa.
Bom consegui chegar ate o fim do pavilhão sem nenhuma preocupação, agora eu tenho que chegar ate a escada onde leva ao andar do meu pavilhão ao norte da escola. Mas onde esta todo mundo? Cadê aquela multidão que estava correndo agora pouco para nos pegar? Bom melhor que fiquem longe mesmo.
Vou passando por trás dos pilares do saguão, mesmo que não houvesse ninguém ali manter cautela nunca é de mais. Mas para minha sorte mudar para azar eu encontro três crianças estripando uma professora, e ao que parece ser a professora de Artes, o sangue cobria todo seu rosto dificultando ainda mais sua fisionomia. As crianças eram do mesmo tamanho que Emily, deveria ter uns sete ou oito anos, parece que eles se vingaram dela.
Como eu passaria por eles? Não havia outro caminho a não ser este para chegar a minha sala, eu não vou recuar agora que cheguei aqui, mesmo sabendo que tem como eu voltar eu não vou. Um grito ecoa por um dos pavilhões do andar de baixo do meu, parecia ser de uma garota, sinto não poder ajudar. Mas seu grito foi útil, chamou a atenção dos pirralhos exceto um que ainda fico devorando as tripas da professora.
Eu precisava de alguma coisa para poder atacar ele, mas o que? Minha faca havia ficado cravada no peito daquele aluno quando salvei Emily, e com toda aquela confusão deixei a faca na sala. Olho para todos os lados e a única coisa que eu vejo é uma lata de lixo, mas procurar alguma coisa dentro dela seria estupidez, então pego a lata inteira que aparentemente não estava pesada por não haver muitos lixos nela.
Respiro fundo e vou caminhando ate o menino que estava de costas para mim. Ele pegava com tanta vontade as tripas da professora que parecia que não comia a dias, devorando cada pedaço de carne ele gruinha. Quando fico poucos centímetros dele, ele percebe minha presença e para o que estava fazendo por um minuto, ele vira lentamente a cabeça para me encarar.
Seus olhos estavam amarelados na volta e brancos no meio, estava com os dentes da bochecha a mostra, parecia que havia sido arrancado sua bochecha direita. Ele me encara por segundos e logo solta seu grito que ecoa por todo saguão, o grito era tão forte que me fez soltar a lata de lixo e tampar os ouvidos.
O barulho caindo no chão da lixeira quase não deu para se ouvir. Com um chute de direita acerto seu rosto que o faz cair de cara no peito aberto da professora. No momento em que ele começa a levantar torço seu pescoço e caio sentado no chão. Eu matei uma criança, uma criança indefesa, eu nunca pensei que faria alguma coisa dessas. Meus olhos estavam arregalados, e minha boca semi aberta, o que eu acabara de fazer era uma Fatalidade.
Mais gritos estavam vindo do corredor onde a garota gritou, eles estavam vindo e depressa, levanto meio desnorteado e corro em direção as escadas. Tropeço nos degraus do meio por haver sangue na escada, levanto rapidamente com aquela dor no joelho e continuo a subir.
Agora já vendo minha aula a ultima porta, começo a correr o mais rápido que posso, passo pelo corpo da menina em que o professor havia atacado. Vejo que a porta estava entre aberta da sala, alguém deveria ter saído, continuo correndo e entro sem pensar.
Quando fui falar alguma coisa, a cena que eu estava vendo me paralisa completamente, alguns alunos estavam caídos no chão aparentemente mortos. Sangue em toda sala, tranco a porta novamente com o armário para que não entrasse agora eu já não sabia o que fazer. A voz de Marcelo na minha cabeça dizendo ‘‘Eu avisei’’ não parava de surgir, com uma voz rouca e baixa começo a chamar por alguém que ainda estivesse ali.
-Cha? Junior? – Dou uma pausa e fico parado na frente da classe do professor encostado na mesa – Carol? Alguém? – Apenas o silencio estava ali comigo, ninguém mais.
Era difícil de acreditar de como eles haviam entrado, sendo que com aquele armário não poderiam fazê-lo. Mas acho que eu me enganei, mais uma vez cometi um grande erro, deixei que meus amigos morressem nas mãos desses canibais desgraçados. Devo voltar para junto de Marcelo e dos outros e tentar não cometer os mesmos erros novamente.
Mas eu estava sendo precipitado de mais, uma voz no fundo chamou minha atenção gritando meu nome, uma voz que pensei que não ouviria mais.
-Edward? É você que esta ai? – uma voz de choro chamava.
-Carol? – vejo minha amiga de cabelos pretos ate o ombro, com seu sorriso único, vestindo Jeans preta, uma blusa de lã rosa com gola e tênis preto.
-Pensei que nunca mais iria te ver – Ela me recebe com um forte abraço me fazendo dar um paço para trás, abraço-a fortemente pela cintura e fecho os olhos, com um alivio no peito em ver que ela estava bem.
-Que bom que você esta bem – Seu abraço era confortante – O que aconteceu aqui? – pergunto agora olhando diretamente para ela.
-Foi o Junior, ele fico descontrolado atacando todo mundo como aqueles alunos lá fora, todo mundo entro em pânico – Interrompo ela para tentar entender.
-Espera o Junior? – Minha expressão muda agora de tristeza para impressionado- Mas o Junior estava ferido e tinha desmaiado quando saímos como ele poderia – Desta vez ela me interrompe.
-Sim, depois que vocês saíram minutos depois ele levanto atacando todo mundo, mordendo foi horrível – Ela chorava ao me contar, e ao mesmo tempo soluçava.
-E como você conseguiu escapar? Alguém mais escapo? A Cha? – Agora estávamos sentado no chão úmido e gelado da sala de frente um pro outro.
-Muitos saíram correndo da sala, a Charlene foi uma delas – Carol me deixa Aliviado por um instante, mas fora daqui é mais perigoso ainda, não é para ficar tão Aliviado sabendo que agora ela pode estar correndo um perigo ainda maior. Continuou ela – Eu consegui sair também, me escondi nas primeiras salas desse pavilhão que estavam vazias, quando percebi que não havia mais ninguém na nossa sala eu voltei esperando por vocês.
-Eu entendo... Que bom que você esta bem Carol – Com um forte abraço a envolvo nos meus braços.
-E o Marcelo e o Jeferson? Cadê eles? – pergunta ela agora olhando para mim.
-Estão na enfermaria nos esperando, vamos levanta – Ajudo-a levantar para partirmos. Vou ate minha classe e esvazio minha mochila para o caso de eu precisar carregar alguma coisa.
Saindo da sala, fomos caminhando cautelosamente pelo pavilhão, olhando de canto quando íamos passar por uma sala. Foi então que decidimos ir mais rápido, começando a correr não muito rápido para não fazer barulho com os pés. O braço direito dela estava enroscado no meu braço esquerdo, ela deve ter visto cada coisa naquele momento que agora não queria ficar um minuto longe de alguém.
Chegando às escadas novamente, no saguão da escola havia uns dez espalhados, alguns andando desorientados olhando para cima e outros encostado nas paredes, outros estavam devorando um aluno no chão. Nós estávamos agachados atrás dos corrimãos da escada só observando o jeito deles se comportarem quando não se tem uma pessoa correndo apavorada.
-O que agente vai faze? – O som baixinho da voz de Carol ecoa nos meus ouvidos gelados.
-Não tenho idéia – Falo no mesmo tom sem ao menos olhar para ela – Mas temos que dar um jeito.
-A enfermaria fica passando por eles, não temos como fazer isso – disse ela numa voz rouca e seca.
-Tenho uma idéia, mas não é boa e eu nem sei se vai dar certo, mas é melhor que ficarmos parados – Agora eu estava olhando em seus olhos demonstrando que eu estava sendo realista – Vamos correr para o banheiro, passarmos por eles agora e correr o Maximo que pudermos e entrar no banheiro que fica perto da enfermaria.
-E como vamos sair do banheiro? – pergunta ela impressionada.
-Pelas janelas – ela me encara por um curto tempo, mas volta a olhar para o saguão – Olha não temos outro jeito, nós vamos conseguir – Tento transmitir um pouco de confiança para ela, e acho que consegui.
-Vamos então – Disse ela por fim.
Descemos as escadas mais lento possíveis sem fazer barulho, parece que eles não enxergam a longa distancia, eles se guiam apenas pelo barulho das pessoas. Chegando ao ultimo degrau respiramos fundo e começamos a correr em direção ao banheiro, passamos por três que estavam de costas, depois de notar nossa presença todos que estavam ali nos seguiram.
Para nossa sorte não havia ninguém no pavilhão dos banheiros, o pavilhão da enfermaria era logo atrás deste. A porta branca do banheiro estava completamente coberta por sangue, entramos sem olhar dentro para ver se tinha alguém dentro.
-Cadê a chave? – pergunta Carol atrás da porta, enquanto eu estava verificando os Box.
Quando chego ao ultimo Box um aluno todo ensangüentado me ataca atirando-se contra mim. Com seu empurrão eu bato de costas na pia do banheiro molhada, afasto-o sua boca cheia de sangue com meus braços. Ele era muito forte, aparentava ser do 3º ano, ele vestia uma jaqueta vermelha com cinza, abrigo azul marinho e cabelos pretos arrepiados porem encharcados de sangue.
-Cuidado – Grita Carol.
-Não fique ai e bloqueia a porta – Carol estava querendo me ajudar, mas se alguém não segura-se a porta todos entrariam e acabariam com a gente.
O empurro para trás, ele entra novamente no ultimo Box e cai de costas no vaso, mas logo torna a atacar. Desvio para o lado da parede o fazendo ir de frente para pia, seguro pelos cabelos e bato três vezes seu rosto contra a pia fazendo-o cair finalmente.
-Tudo bem? – pergunta Carol ainda bloqueando a porta.
-É tudo bem – Respondo numa voz rouca com a respiração acelerada.
Vou ate ela e fico ao seu lado de costas para porta, o peso da porta estava aumentando cada vez mais. Olhando para baixo e pensando em um jeito de sair, vejo uma claridade entrando pela janela do banheiro úmido. Bom era nossa única saída e duvido que haja outra.
-Carol ali... Pela janela vamos sair por ela, você vai que eu fico segurando a porta ate você sair – Meu corpo balançava para frente e para trás com as batidas na porta.
-Mas e você? Como você vai subir ali sem soltar a porta? – pergunta ela agora gritando.
-Não se preocupe eu consigo... – Dou uma piscadela, agora ela atava me encarando com uma expressão de tristeza, mas logo concorda comigo.
-Ta bem... -diz ela com uma voz fraca e seca.
Carol deixa a porta me fazendo sentir o peso aumentar ainda mais, coloco os pés na parede do Box que estava perto para empurrar ainda mais a porta. Carol estava em cima da pia do banheiro já subindo pela janela, ela me olha por um segundo e diz.
-Vamos Edward – Sua voz ecoa no banheiro de lajotas verde água.
-Pode ir... Estou logo atrás de você – Minha voz estava tremula.
Ela finalmente consegue sair pela janela liberando o caminho para mim. Bom hora de ir, mas Será que eu vou conseguir sair a tempo antes que essas pessoas entrem aqui e me devorem? Bom eu teria que arriscar, pois minhas forças estavam se esgotando, meus braços já estavam trêmulos de ficar segurando a porta.
-Vamos lá Edward, você consegue, no 3 – agora senti toda minha atenção voltada para a janela – 1 e 3.
Soltei a porta e com um pulo só subi na pia e dou uns três passos correndo ate chegar à janela. O banheiro é invadido por eles e seus gritos horrendos, eles correm para a janela subindo na pia e pelo chão, metade do meu corpo já estava fora do banheiro apenas minha perna esquerda eu não havia puxado. E para minha surpresa um deles conseguiu agarrar minha perna e tentar me puxar de volta para dentro do banheiro, com apenas um chute acerto seu rosto fazendo-o soltar finalmente me deixando sair.
Olho em volta e vejo alguns deles se aproximando pelo lado esquerdo, Carol já estava um pouco longe de mim. Corro pelos pastos que estavam sujos de sangue em direção a Carol.
-Vai Carol corre – Grito.
Avistando agora a enfermaria havia alguns perto dali, e o resto estava atrás de nós. Carol chega à porta e começa a bater pedindo ajuda, os que estavam perto ouviram seus gritos e correram na direção dela. Um pedaço do ferro da lixeira que ficava preso na parede estava caído perto de um dos pilares de tijolos avermelhados, corro ate ele e vou ajudar Carol.
-Por favor, abram essa porta – Seu grito estava escoando por todo pavilhão agora, alertando mais deles.
O primeiro que se aproximou de Carol eu o empurrei com a perna para trás, em seguida bati com o ferro na sua cabeça que o deixou inconsciente deixando o caminho livre para o outro que vinha atrás. Pegando a barra de lado bato com força no seu pescoço que o faz virar para trás, meu braço começa a doer sem parar pelas batidas, solto o ferro e vou ate a porta.
-Jeferson somos nós... Abre essa porta – Agora elevei minha voz, mas não foi mais alto que os gritos da Carol que estavam ao meu lado.
Mais deles estavam se aproximando de ambos os lados, nosso medo estava quase nos deixando malucos. Ficamos um de costas para o outro e vimos e ouvíamos nossa morte vinda pelo pavilhão tentando nos pegar, mas seria estupidez não tentar fazer alguma coisa. Mas éramos dois contra uns sete eu diria, ma se fosse para morrer tentando a hora seria essa.
-Entrem – Uma voz seca e falhada estava nos chamando, era Jeferson com uma faixa enrolada na cabeça e com uma expressão de desespero na face.
As batidas não paravam, uma atrás da outra, parecia milhões de pessoas batendo em tambores e nós podíamos sentir as batidas junto com as batidas aceleradas que estavam nossos corações. Carol estava pálida, uma cor branca invadiu sua face fazendo-a ficar tremula e com os olhos arregalados. Talvez tenha se passado a mesma coisa na cabeça dela como se passo na minha, achamos que era nossa vez de morrer ali.
-E ai vocês estão bem? – pergunta Jeferson agachando-se na minha frente com um copo de água.
-É eu to bem – Olho para Carol e vejo-a também sentada ao meu lado ainda com os olhos arregalados – Carol você esta bem? – Agora coloco a Mão em seu ombro, ela simplesmente balança a cabeça respondendo um sim, mas logo balança novamente afirmando que não.
Ela provavelmente já havia de passado por essa situação no momento em que resolveu sair da sala de aula, ela provavelmente não pensou que poderia passar pela mesma situação novamente tão cedo. Mas creio que se não sairmos dessa escola ainda hoje, temo que ainda vamos enfrentar coisa pior.
-Por que demoraram em abrir a porta? – Pergunto agora tomando um gole de água, Jeferson agora estava sentado na cadeira ao lado de Emily.
-Achamos que eram eles querendo entrar – Disse Marcelo sentado de pernas cruzadas no outro lado da sala.
-Mas quando ouvimos a voz de vocês, eu corri ate a porta – Diz ele explicando-se e tentando se desculpar – E também estávamos tentando encontrar um jeito de sair daqui sem abrir a porta – Termina ele olhando para Marcelo.
-Entendo... – Agora volto minha atenção para Emily – E você Emily, você esta bem? – Ela me olha com um sorriso meio torto e acena com a cabeça dizendo sim – Ótimo – Dou uma piscadela para a menina.
Levanto do chão úmido e sujo e vou ate a janela com grades para ver o tal jeito que eles pensaram em sair daqui. Carol levanta e senta-se ao lado de Emily, as duas trocam olhares rapidamente e logo Carol rompe o silencio entre as duas.
-Então seu nome é Emily – Diz ela dando um meio sorriso, Emily como sempre não é muito de falar apenas acena mais uma vez – É um lindo nome... Eu me chamo Carol – Emily apenas da um sorriso para ela e toca na sua mão tremula e fria.
-Acho que você conseguiu uma nova amiga Carol – Fiquei feliz por ver que Emily estava começando a confiar mais na gente o que era bom.
-É vamos ser grandes amigas não é? – Pergunta Carol olhando para ela.
-Sim – Dessa vez Emily respondeu.
Bons estavam todos reunidos, consegui pelo menos resgatar Carol daqueles canibais. Mas o que eu não parava de ficar pensando era se Charlene teria conseguido escapar, por que segundo a Carol ela havia conseguido sair da sala, mas teria conseguido sair da escola? Eu tinha que ter certeza não podia ficar em duvida sobre nada, principalmente agora.
Todos ali estavam muito assustados, será que ninguém sabe o que esta acontecendo aqui? Poxa essa escola esta um caos será que ninguém se importa em tentar ajudar? Ou todo mundo pensa que estamos mortos? Se esses malucos chegarem ate a cidade seria o fim, eles matariam acho mais da metade da cidade, milhões de pessoas inocentes morreriam sem saber por que essas pessoas estão dessa maneira.
De qualquer maneira, nós não podíamos entregar as cartas e deixar por isso mesmo. Eu não vou desistir agora que consegui salvar duas pessoas uma coisa que eu não faria nem mesmo se não estivéssemos nessa situação.
-Jeferson você falo algo sobre ter encontrado uma saída daqui – Viro-me para ele que estava de cabeça baixa sentado ao lado de Emily.
-E encontrei, o único jeito de sair é pelos dutos de ar da escola, existem poucos deles e aqui na enfermaria tem um que serve mais como saída de incêndio – Agora ele estava de pé mostrando o caminho encontrado, que estava em cima da prateleira onde se guardava os objetos de primeiros socorros.
-E você sabe aonde isso vai leva? – Agora era hora de ser otimista e pensar em todas as possibilidades que podem acontecer.
-Provavelmente para longe dessa sala cara, saindo daqui é o que conta- Ele estava certo, ficarmos aqui parado seria pura burrice, é esperar a morte de braços cruzados.
-Precisaríamos de alguma coisa para que sirva como arma, saindo daqui de mãos vazias também não é uma boa idéia – Agora qualquer coisa que desse para atacar esses malditos ajudaria, atacarmos eles de mão vazia é morrer da certa.
-Já pensamos nisso – Disse Marcelo levantando da cadeira e indo ate o armário.
Marcelo coloca na mesa as únicas coisas que eles conseguiram fazer como armas. Um cabo de vassoura eles cortaram no meio e colocaram laminas de tesoura prendida por uma fita preta resistente, havia dois cabos desses com lamina nas pontas como pequenas lanças. Também fizeram três pequenos Molotovis com garrafas de remédios que eles mesmos esvaziaram.
-Vejo que vocês pensaram em tudo – Adimito.
-Conseguimos nos virar sem você por perto – Diz Marcelo cruzando novamente os braços ao meu lado. Não entendi muito essa frase, mas espero que eu esteja enganado em uma coisa.
-Bom vamos sair daqui então – Hora de levantar acampamento e partir.
Pego alguns analgésicos e esparadrapos do armário e coloco na mochila, começamos a nos preparar para nossa fuga do colégio. Carol estava limpando o rosto na pia e enxugando com uma toalha branca, todos estavam ocupados, Jeferson estava desenhando um pequeno mapa da escola para nos situar onde poderíamos sair. Emily estava me ajudando colocando as coisas na minha mochila, mas Marcelo estava apenas sentado de braços cruzados apenas observando agente.
-É isso ai... Vamos embora – Vejo que todos estavam prontos, Jeferson e Marcelo ficaram com os dois pedaços de vassoura quebrados e eu com os molotovis na mochila.
Colocamos uma mesa pra subirmos alcançarmos o teto, Carol é a primeira a subir em seguida sobe Emily, logo depois eu e Jéferson. Marcelo fica de ultimo para fechar a tampa que havíamos aberto para subir. No tubo de alumínio começamos a rastejar de joelhos, sem saber ao certo para onde estávamos indo apenas seguíamos em frente, nossa respiração estava um pouco difícil estava muito abafado e úmido.
Cinco pessoas dentro de um dulto de ar que estava aparentemente desligado estavam ficando muito difícil ficar ali. O barulho do alumínio que fazia quando rastejávamos era difícil de não ouvir, provavelmente eles já teriam notado nossa presença ali.
-Ta muito quente – Diz Carol passando a mão na testa limpando o suor.
-Isso aqui ta parecendo uma sauna, quase não da pra respira – Concorda Jeferson atrás de mim.
Noto que Emily começa a respira fundo e alto, o seu suspiro ecoava pelo tubo parecia que estava lê faltando o ar, ela começo a diminuir a velocidade e foi parando na minha frente.
-Emily ta tudo bem? – Eu estava ao lado dela agora, vejo sua expressão de desespero e medo, seu cabelo liso e sedoso estava agora grudado em seu rosto pelo suor – Emily, o que houve? – Ela não respondia, apenas estava com a mão no peito e respirando cada vez mais alto.
-O que houve? – Pergunta Carol agora olhando para trás.
-Não sei a respiração dela ta muito acelerada – Agora eu estava ficando em pânico.
-Talvez ela tenha claustrofobia – Diz Jeferson.
-Não ela estava dentro de um armário quando eu a encontrei, não poderia ser isso – Nesse momento lembro que Alexandre quando era pequeno tinha ataques de falta de ar quando éramos pequenos – Ela tem Asma.
-Temos que tira-la daqui, ela precisar de ar – Diz Carol voltando a rastejar pelo Dulto.
-Continua Carol, eu a ajudo – Abraço Emily com meu braço esquerdo e a envolvo pela cintura para carregá-la.
Seguindo ajoelhados, Emily não parava de suspira alto, parecia que os suspiros estavam diminuindo a cada minuto eu não poderia deixá-la morrer não agora. Noto que Carol começa a rastejar mais rápido na minha frente, ela já estava uns dois passos de mim.
-Olhem ali tem uma luz, deve ser a saída... Vamos por aqui – Diz ela agora rastejando mais rápido.
-Calma Carol espera – Carol não ouviu meu pedido e continuou.
Quando Carol estava rastejando rápido de mais, a parte que ela estava no dulto quebra a fazendo cair. Segurando ainda o Dulto ela fica pendurada por uma mão, solto Emily e rastejo com cuidado o mais rápido possível ate ela. No momento em que ela foi cair, pulo de peito segurando sua mão.
-Peguei você – Digo segurando-a com os braços
-Me puxa Edward, não me deixe cair, por favor – Estávamos em cima de uma sala de aula, havia cinco deles em baixo dela, suas mãos escorregavam em sua calça jeans escura. Seus olhos estavam cheios de lagrimas agora pedindo para que eu não solta-se.
-Calma Carol... Ajudem aqui guris – Ela estava muito pesada, e ainda ficava mexendo as pernas para que os outros de baixo não a puxassem.
Jéferson segura minhas pernas pés para que eu não seja puxado junto, eu sentia minhas forças se esgotando, mas eu não podia a deixar morrer ali. Carol não parava de gritar e eu estava perdendo minhas forças, Jeferson não podia me soltar se não eu iria junto com ela, e Emily estava passando mal e Marcelo estava ali com ela.
-Jeferson... – Paro para respirar – Eu estou perdendo ela – Respiro fundo agora com os lábios apertados.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
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Cara Dudu mano...essa se se superou..fiquei vidrado nessa história,enquanto eu lia,fiquei imaginando no cenário de cada parte...esta D+,bom trabalho ;D
ResponderExcluirsou o Erick do Gemeos =D
Orkut ;D
c e foda mr mto boa
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