
Caminhando lentamente nos aproximamos da árvore, vendo aquela fera carnívora estripando o pobre cavalo ali em frente, começamos a subir eu fui pela escada e Nairo pela corda para não perder tempo.
Chegando ao ultimo degrau a madeira quebra fazendo eu cair novamente ao chão fazendo o maior barulho e atraindo a atenção da fera.
-Droga!
-Edward sai daí!
O Leão da seu rugido enorme que ecoa pelo zoológico, seu grito fez eu tremer mais do que eu já havia tremido antes. Corro ate a corda e vou subindo e ele continuava vindo na minha direção, eu estava na metade da corda e ouvindo os gritos de desespero de Nairo logo em cima de mim.
-Anda sobe...ele ta vindo!
Quando eu alcanço a madeira da casa o Leão pula para me puxar e consegue me bater no pé que faz eu ir e voltar pendurado na corda. Mesmo no embalo eu sigo subindo, já em cima da árvore sento em um canto e respiro fundo varias vezes. Pensei que seria meu fim ali naquele momento vendo aquela fera se aproximando de mim, meu coração batia que acho que ate Nairo escutava.
-Tudo bem Edward?
-Eu...eu...a...acho que sim!
-Foi por pouco essa cara...quase você vira comida de Simba! – diz Nairo.
-Cara quase que desisto na metade do caminho...quando eu senti aquela pata me...batendo no pé eu quase me borrei.
Nairo solta um pequeno riso e me levanta pelos braços, bom agora é pensar de como vamos sair daqui de cima dessa casinha. O leão permaneceu ali em baixo rugindo para nós, sua aparecia era um tanto diferente, sua juba estava ensangüentada, seus olhos estavam manchados e a cor amarelada. Sem duvida ele estava infectado, ele arranhava a árvore tentando subir mas não conseguia, então deixamos ele para trás.
-Vamos indo por cima do galho ate descer ate aquela sacada... – digo para Nairo.
-Será q não quebra?
-Não acho que consegue suportar nosso peço, vamos!
Subimos no galho e fomos andando lentamente para não haver perigo de cairmos, olhando para baixo o Leão só cuidando agente e rugindo esperando que um de nós caísse. Caindo da altura que estávamos não conseguiríamos nem nos levantar, seriamos mortos no mesmo instante por ele.
Chegando ate a sacada da casa onde era a recepção do zoológico, descendo da árvore vou ate a janela da casa, abro e verifico se tem alguém por perto mas estava vazio, apenas bagunçado que já não era uma coisa muito rara de se ver.
-Será que tem alguém vivo aqui? – pergunta Nairo, e olho com uma cara de desanimo pra ele.
-Cara não queria dizer isso mas, acho que somos as únicas pessoas vivas nessa cidade...
-A mas e se alguém ainda conseguiu sobreviver como agente?
-Uma coisa meio impossível...
-Cara não diz isso...pode ainda ter alguém vivo!
-E como você pode ter tanta certeza? Nairo nós só chegamos ate aqui com vida por que tivemos muita sorte, essa é a palavra SORTE!
-Eu não chamo isso de sorte...
-A é e como você chama? Fala quero ouvir! Vai dizer que Deus nos ajudo?
-Pode ser... por que não?
-Me poupa cara... – Volto andar por dentro da sala quando escuto uma voz saindo do fundo escuro.
-Mas ele tem razão menino...vocês não são os únicos ainda vivos!
-Quem é? – pergunta Nairo.
Um homem sai do fundo da sala segurando uma espingarda de cano duplo fumando um cigarro, era um homem com aparência de 40 anos de cabelos cinzentos e com barba mal feita, com um Nariz pontudo. Vestindo um uniforme do zoológico cinza e de sapato preto sujo de barro, ele caminha na nossa direção empunhando levemente a arma.
-Meu nome é Emerson...desculpe se assustei vocês!
-O senhor trabalha aqui? – pergunto.
-Sim como pode ver eu sou um dos guardas e veterinário do zoológico.
-É bom saber que existe mais alguém vivo não é – diz Nairo olhando para mim.
Emerson solta uma pequena risada e pegando o cigarro na Mão e soltando a fumaça pela sala, odeio pessoas fumantes.
-E quem são vocês?
-Bom meu nome é Nairo e esse é o Edward...estamos tentando chegar na casa dele e...
-Cala essa boca Nairo, nem conhecemos direito ele e você já vai contando ate onde iremos!
-Nairo e Edward...prazer em conhecê-los, sente-se por favor!
-Não obrigado temos que ir... – digo para Nairo.
-Á qual é cara...eu to cansado senta ai! - no fim sentamos no sofá para conversar.
-Então como dois garotos conseguiram sobreviver a tudo isso?
-É uma longa historia...
-Edward me encontrou no super mercado desde então estamos juntos...
-Entendo...
-Mas já o Edward ele conseguiu sair com mais dois amigos deles da escola e...
-Nairo...hehe...Nairo quer fica quieto, por que você não conta pra ele também a cor da sua cueca?
-Tudo bem...você esta certo Edward, não confie demais em pessoas estranhas! – diz ele olhando para mim.
Esse cara parecia ser gente fina, mas não podemos confiar muito em quem não conhecemos.
-Bom então...nós temos que ir!
-Vocês vão sair? Vocês vão morrer com o que tem lá fora! – diz o velho fumando seu cigarro.
-O que tem lá fora? – pergunto
-Hum coisas que eu garanto que você nunca viu! – ele fala rindo na minha cara.
Não dava pra saber se ele estava dizendo a verdade ou não, ele era muito estranho e misterioso. Bom mas de qualquer jeito teríamos que sair deste lugar para chegar em casa, então caminho ate a porta e espio pela pequena abertura.
-Não estou vendo nada de mais... – digo.
-Acho que ele tem razão Edward...vamos ficar aqui! – diz Nairo.
-Fazendo o que? Me diz!
-Os animais deste Zoológico foram infectados por um vírus que foi capaz de passar para as pessoas desta cidade. – diz o Velho olhando para a Janela.
-Como assim? Você sabe como isso tudo começo? – pergunto para ele.
-Posso te dizer que sei o motivo, mas como surgiu esse vírus isso eu não sei!
-Então explique para nós! – diz Nairo sentando perto dele.
Caminho de volta ate o velho e sento no sofá novamente perto de Nairo, para ouvir a historia dele.
-Bom tudo começo quando uma de nossas cobras começaram a agir de uma forma diferente.
-Como assim diferente? – pergunto.
-Ela começo a ser agressiva contra as outras cobras que estavam ali, ela mato a maioria das que estavam ali, retiramos as que sobreviveram para que ela não as mata-se. Ela se debatia contra o vidro querendo sair, ela chegava a soltar gritos finos e muito altos.
-É o que acontece com as pessoas lá fora, elas gritam e ficam agressivas, matando umas as outras – digo para o velho.
-Exato... o problema foi quando um de nossos especialistas em cobras foi retira-la dali para deixá-la em Quarentena para ser examinada.
-E conseguiram? – pergunta Nairo.
-Conseguimos sim, mas o nosso especialista foi picado por ela no pescoço, mas ele conseguiu retira-la a tempo. Logo que começaram os exames que fizeram nela, descobriram que ela tinha sintomas de agressividade ou seja...Raiva.
-Raiva? – pergunto.
-Sim...também descobriram que se alguém fosse picado por ela, deveria ter ficado em quarentena também.
-Mas o...
-Sim...o professor John que era especialista em cobras foi mordido, mas ninguém reparo a enorme picada em seu pescoço, minutos depois ele começo a passar mal, liberando os mesmo sintomas que a cobra, ele fico com a boca espumando e com os olhos vermelhos, todos pensaram que ele estava tendo uma reação alérgica ou algo parecido.
-Mas ele estava...se transformando! – diz Nairo.
-Isso mesmo, o professor John ele gritava muito e acabou caindo no chão desmaiando, vários médicos ficaram a sua volta e levaram ele para o hospital, e lá ele acordo atacando todos que estavam ao seu redor!
-Eu ate vi ontem de manha a reportagem na TV que estava uma loucura lá no Hospital, não parava de chegar gente ferida! – digo para Nairo e o Velho.
-E essa cobra ainda esta viva? – pergunta Nairo.
-Não ela foi morta com um machado na cabeça, eles não sabiam o que estavam fazendo ela ficar daquele jeito.
-Mas e ai descobriram como era o nome desse vírus? - pergunto
-Sim...os médicos e Veterinários o batizaram de vírus ÔMEGA!
-Vírus ÔMEGA! – digo.
-É quando eles viram do que esse vírus era capaz, já era tarde de mais para esvaziar a cidade, mas agora não adianta o vírus já deve ter se espalhado para outras cidades próximas.
Levanto do sofá e coloco a Mão na testa tentando processar tudo. Tudo isso que esta acontecendo foi por causa de uma cobra, não da para acreditar.
-E o vírus pega só em humanos? – pergunto olhando para fora pela jenela.
-Não... – responde o velho.
-Foi o que pensei. –digo.
-Por que diz isso? – pergunta Nairo.
-Vem aqui e veja isso.
Nairo vem ate a janela e vê junto comigo uma coisa incrível, dois tigres estripando uma girafa no chão, vendo aquela cena nem deu mais vontade de sair daquela sala, o medo bateu mais forte que nunca.
-Nossa! – diz Nairo.
-E então ainda pensam em sair daqui? – pergunta o Velho.
-Pensando bem... –diz Nairo logo dando uma resposta de cara, mas eu o interrompo.
-Sim...nós vamos! – respondo.
-Eu acho...o que? Ta maluco? Eu não vou sair daqui com...aquilo La fora!
-Que seja, eu vou sem você!
-Não Edward...por favor, você não vai conseguir chegar ate a sua casa é suicídio.
-Minha casa fica a uma quadra aqui, agora que estou tão perto não vou desistir Nairo...entenda isso!
-Ele tem razão Edward...é suicídio.
-Não falei com você velho! Eu vou e pronto, você me espera aqui que eu vou voltar.
-Cara teimoso esse...
-O velho, pode me emprestar essa sua arma? – pergunto.
-Você por um acaso sabe atirar? – pergunta Nairo.
-Eu sei...meu irmão me ensinou!
-É uma pena, mas não posso!
-E por que não?
-Por que só tem uma bala, e não vai fazer diferença alguma se você levá-la com você, só iria te atrapalhar.
-Ta tudo bem...me diz uma coisa, passando as jaulas dos Gorilas ainda tem aquela casa na arvore?
-Tem sim...
-É o que me basta...bom to indo!
Abro a porta e saio da sala deixando Nairo e o Velho para trás, caminhando normalmente pelo corredor de madeira empunhando o facão, chego ate as escadas para descer para o andar de baixo ate a recepção.
Havia a recepcionista parada de frente para a parede, sem fazer barulho me aproximo e bato com força no seu pescoço e a mato rapidamente, vou ate a porta de entrada da recepção e vejo um enorme buraco na parede, é como se um Rinoceronte tivesse arrombado e entrado ali.
Saio pelo mesmo buraco e vejo uma moto no chão no estacionamento do zoológico, corro ate ela sem deixar ninguém me ver, havia alguns carros ali mas seria mais fácil ir de moto.
A chave estava no chão ao lado dela, acho que o dono pensou em fugir mais não conseguiu, levanto ela e sem querer encosto no carro ao lado que dispara o alarme.
-Perfeito...Você é um gênio Edward...não tinha lugar melhor para acontecer isso! – falo tentando ligar a moto.
Ouvia gritos e rugidos vindo de trás do restaurante do zoológico, o mesmo leão que havia nos visto aquela hora estava vindo também junto com varias pessoas, consigo finalmente ligar a moto e logo saio em direção a casa da arvore.
-Agora vou conseguir fugir de vocês são babacas... – largo uma risada forte para o ar.
Andando rapidamente pelo zoológico, passo pela Jaula onde tinha os Crocodilos e vejo eles tentado sair delas, o pequeno lago que havia ali estava seco e eles estavam com uma aparecia horrível então deixo eles para trás.
Chegando próximo a casinha da árvore quando vou parar a moto um Gorila me bate com seu enorme braço que faz eu cair da moto, fazendo ela se bater contra a arvore e explodindo.
Vejo aquele gorila se aproximando de mim, levanto e corro em direção a arvore mas ela já estava pegando fogo, mas o único jeito de eu conseguir chegar em casa, que era subindo nela e pulando para o outro lado do muro.
-DROGA!
O Gorila fazia o maior rugido, se aquele macaco gigante me pega-se eu estaria morto, não tem a menor chance. Ele se aproxima eu procuro meu facão e o vejo perto da moto no fogo, o Gorila vem e me bate novamente que faz eu me bater contra um banco de pedra.
Meu braço fico machucado pela batida e o tombo da moto, eu achei que seria meu fim naquele minuto. Mas eu levanto mais uma vez e corro ate o Gorila e quando ele foi me bater novamente eu me joguei para baixo das pernas dele passando por baixo e caindo perto da moto que estava em chamas.
Pego o facão que estava ali perto do fogo, o Gorila volta a me atacar mas eu o fico com o facão na sua barriga, ele estava quente por que estava caído no fogo. O Gorila grita de dor mas fez nada no desgraçado, então eu aproveito e subo na árvore para sair dali, chegando ao topo vejo o pessoal vindo. O gorila começa a balançar a árvore fazendo eu ir e voltar com o embalo, mas eu seguro nos galhos e vejo o muro do outro lado.
Minha casa já dava para ser avistada dali, quando eu fui pular a árvore começou a cair para o lado na direção do gorila, as pessoas começaram a tentar subir para me pegar. Então não perco nenhum minuto e pulo com tudo para o outro lado do mudo, a árvore cai e eu só escuto o rugido do gorila gritando.
Caindo do outro lado fora do zoológico, vejo uma bicicleta vermelha caída perto de uma árvore. Corro ate ela e a pego, subo e corro com ela ate a minha casa, a rua estava calma não havia quase nenhum deles ali, o sol estava rachando era 14:30 da tarde.
Chego finalmente em Casa, meus olhos começaram a brilhar de tanta felicidade, pensei que nunca mais iria ver ela novamente. Desço rapidamente da bicicleta mas quando olho para trás vejo eles se aproximando correndo e gritando.
-A não...
Pego a chave de baixo do tapete e entro rapidamente, tranco a porta e arrasto a instante de livros da sala e bloqueio a porta. Vejo que agüenta as batidas, logo corro ate o quarto de Alexandre gritando o nome dele.
-Alexandre! Alexandre cheguei! Você esta ai?
Volto a vou ate a cozinha e me deparo com um bilhete na geladeira dizendo o seguinte:
‘‘ Edward desculpe eu ter sumido e ter deixado você, eu sei que eu deveria ter te protegido mas não pude fazer nada, os militares mandaram esvaziar a cidade mas já era tarde de mais, eles evacuaram algumas famílias por que a metade da cidade já estava contaminada. Eu pedi para que fossem em seu colégio te buscar, mas não deu então me levaram a força. Espero que esteja bem, vá ate o porão e abra o Baú do nosso pai, o que tiver lá é seu talvez o ajude, Desculpe irmão, nós ainda nos veremos eu prometo! ALEXANRE’’
Baixo a folha com o Bilhete e fecho os olhos e respiro fundo, vou para meu quarto e tiro minha roupa e vou para o banheiro tomar uma ducha, a água estava super gelada mas eu nem sequer bati o queixo.
Depois de desfrutar de 1 hora de chuveiro tirando todo aquele sangue do cabelo, lama e suor eu saio e me seco com a toalha. Saio de toalha enrolada na cintura e vou ate meu quarto para botar uma roupa limpa.
Coloco outra causa Jeans azul, meu all star novo que eu nem havia usado, uma camiseta de manga dupla preta e branca, pego a escova e arrumo meu cabelo, vejo uma cicatriz na minha testa que eu não havia notado, um corte pequeno porem tinha sido profundo.
Coloco um curativo para tapar, me atiro em cima da cama e fecho os olhos por alguns minutos, e acabo caindo no sono, o cansaço estava me matando.
Acordo e olho no relógio era 17h30min da tarde, nossa desfrutei de uma boa soneca que coisa boa, achei que nunca mais fosse dormi daquele jeito. A Barriga começou a roncar fui ate a cozinha e comi o resto de uma pizza fria que estava dentro do micro ondas, pego uma Coca bem gelada que estava dentro da Geladeira e tomo toda.
Comi bastante, pego o telefone e vejo se estava dando algum sinal, e pior que estava. Não perco nenhum minuto e ligo para Cha para avisar que estava bem. O telefone toca varias vezes seguidas mas ninguém atendia, tento varias vezes mas nada. Então ligo para outros amigos, a mesma coisa só chamava ou estava fora da área.
Vou ate o Banheiro escovar os dentes quando saio, vou ate ao Quarto de Alexandre para pegar a chave do porão, no momento que eu alcanço a caixa um deles entra pela janela do quarto caindo em cima de mim fazendo a chave cair em baixo da cama.
Jogo ele para trás com o pé e bato com o abajur nele, mas mesmo assim não cai. Então torço seu pescoço e acabo com ele, olho para a Janela e vejo mais deles vindo correndo. Bom hora de ir, pego a chave de baixo da cama e corro ate a porta dos fundos, descendo as escadas vou ate o porão e retiro o cadeado e entro rapidamente trancando a porta.
Coloco o sofá para bloquear a porta junto com uma mesa em cima dele, não demoro muito para que as batidas começarem, mas eles aqui não entrariam.
Sento no outro sofá e penso, acho não vou a lugar nenhum depois daqui. Vejo o Baú do nosso Pai na minha frente vou ate ele e o abro, encontro varias coisas. Uma Pistola toda preta que pertencia ao meu pai, um facão e equipamentos de armas para colocar nas pernas e nas costas.
No fundo do Baú encontro um pequeno livro, mas quando abro era o Diário do meu Pai mas não havia muitas coisas escritas nele, então aproveito e começo a escrever minha historia deste dia como tudo começou ate a minha chegada até aqui.